Por Alexandra Cavalewr
O Dia do Professor, celebrado nesta quarta-feira, dia 15, é tempo de reconhecer e valorizar aqueles que dedicam suas vidas ao ensino, à formação de cidadãos e à construção de um futuro melhor. A influência de um professor ultrapassa as salas de aula, ela marca trajetórias, desperta talentos e inspira sonhos.
A professora Sandra Regina Dias Serafim, da EEB Coelho Neto, de Criciúma, descobriu sua vocação a partir de um gesto de amor materno. “Meu filho precisava de ajuda com as atividades da escola. Então pensei em estudar e ser professora para ajudá-lo. Depois passei a ensinar os filhos de outras pessoas. Essa foi minha maior motivação e se tornou minha paixão”, relembra.
Com ênfase na dedicação e na sensibilidade do ofício, Sandra conta que a maior recompensa está em ver os alunos aprendendo e evoluindo. “Esse carinho que a gente recebe dos alunos é o que motiva e torna a profissão ainda mais cativante”. Ainda para ela, o Dia do Professor é uma data de alegria e reflexão: “A profissão é digna e merecedora, mas enfrentamos desafios diários. Trabalhar na escola onde estudei é muito gratificante. Fico lisonjeada em fazer parte dos 100 anos da Coelho Neto, que também faz parte da minha história de vida”, relatou emocionada.
Entre lembranças que marcaram sua caminhada, Sandra cita com emoção reencontros com antigos alunos. “Um dos meus alunos da educação infantil, que me ajudava a arrumar os colchonetes, hoje deve ter uns 20 anos. Encontrei ele adulto na igreja e me emocionei. Outro caso foi o de dois gêmeos que adoeceram quando eu estava em estágio. Fui até a casa deles para saber como estavam. Vinte e cinco anos depois, reencontrei um deles em um posto de gasolina. São momentos assim que fazem tudo valer a pena”, enfatizou a professora que diz acreditar que o futuro da educação depende do comprometimento de todos: “Gostaria de ver a educação sendo realmente levada a sério pelos alunos e familiares. Ela é a base da sociedade, a chave para uma vida digna e livre”, concluiu Sandra.
Compartilhando a paixão
A professora Simone Minotto Zanette, que leciona nas escolas Maria Arlete Bitencourt Lodetti e Maria Barcelos Puzinski, em Içara, também compartilha dessa paixão pelo ensino. “Eu comecei psicologia, depois fiz letras, até que minha irmã me disse: ‘tu tens perfil de pedagoga’. Comecei pedagogia e me apaixonei. Hoje, ser professora é desafiador, especialmente com o avanço da tecnologia e a rotina corrida das famílias. Muitos pais acabam delegando a educação aos professores”, alerta ela afirmando que o vínculo afetivo é essencial para o aprendizado. “Se tu não criar vínculo com a criança, o aprendizado não acontece. Passamos muitas horas com eles, é impossível não criar laços”.
Ela também destaca que a profissão precisa de mais valorização, tanto humana quanto profissional. “Gostaria que as famílias fossem mais próximas da escola e que nós, professores, fôssemos mais valorizados. Somos seres escolhidos e iluminados. Não podemos desistir, porque fazemos a diferença na sociedade”.
Emocionada, Simone conta que sua maior recompensa está em ver o resultado do seu trabalho no tempo: “O maior presente é encontrar um ex-aluno e ver que se tornou uma pessoa do bem. Isso é o gás que nos faz continuar”, comemorou acrescentando que o Dia do Professor é uma data de reconhecimento e afeto. “Essa data nos mostra o quanto somos amados e o quanto podemos fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Apesar dos desafios, é uma profissão de amor e propósito”, enfatizou.
No fim, ambas as educadoras compartilham a mesma certeza: ensinar é plantar sementes que florescem para sempre. “Ser professor tem muitos desafios, o caminho é longo e cansativo, mas sempre produz bons frutos”, resume Sandra. “Nós fazemos a diferença, e isso é o que importa”, completa Simone.
Foto principal: Nilton Alves
