O Brasil pode até não estar caminhando da melhor forma, ou pelo menos da forma como deveria ser, entretanto, nesta quarta-feira é dia de lembrar de um dos momentos mais importantes de sua história: a proclamação da República, ocorrida há 128 anos.
“Foi um ato registrado na cidade do Rio de Janeiro, mas ressalta-se que a instalação da República tem todo um reflexo ligado a antecedentes ocasionadas pelas várias crises institucionais do reinado de Dom Pedro II”, explica o historiador Tiago Coelho.
Um ponto marcante desse momento é o fato de que a proclamação da República ocorreu pouco mais de um ano após a declaração da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no país.
“Com o fim da escravidão, o Império perdeu o importante apoio que tinha dos escravocratas e ao mesmo tempo perdeu o apoio da Igreja. Os militares também estavam descontentes. E a classe média também almejava maior espaço nas decisões políticas. Tudo isso foi importante para o fim da sustentação da Monarquia”, cita o historiador.
Diante da decadência da Monarquia e o crescimento do desejo por ter uma República, em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, através de um golpe articulado pelo Exército, declarou fim ao período imperial e formou naquele mesmo dia um governo provisório, tornando-se, inclusive, o primeiro presidente da história do Brasil.
O país passa nos últimos anos por um momento de instabilidade e de muitas incertezas em função das diversas crises políticas registradas.
“Esta é uma data importante para que possamos fazer reflexão da forma como o país está caminhando. Temos que entender que a questão não é a República em si, mas principalmente o que nós estamos fazendo com ela. Diante de todas essas histórias que vem acontecendo, com esta data nós devemos nos atentar a isso, refletir sobre o que estamos fazendo”, defende o professor de Direito Luiz Eduardo Conti.
Especial Jornal Gazeta