A Vigilância Epidemiológica de Içara informou nessa terça-feira, dia 28, que das duas crianças que estavam internadas com suspeita da doença, uma delas teve o diagnóstico de meningite bacteriana confirmado, enquanto o resultado do exame da outra foi inconclusivo. Segundo a equipe do órgão de saúde içarense, o uso de antibióticos pode ter colaborado para a não confirmação da doença. Os pacientes seguem em um hospital de Criciúma.
Dois casos na cidade vizinha, um deles com óbito, um em Içara e outro em investigação ligaram o alerta para a possibilidade de um surto de meningite na região. Entretanto, o gerente regional de Saúde, Fernando de Faveri, diz não há esse risco no momento, embora as medidas de prevenção devam ser observadas, tanto para essa quanto para outras enfermidades que podem ser evitadas.
Conforme De Faveri, há um monitoramento da Gerência Regional de Saúde realizado junto à Vigilância Epidemiológica de Içara, disponibilizando medicação para a profilaxia, medicamento que deve ser ministrado de forma preventiva a pessoas que tiveram contato com as crianças com a suspeita de ter a doença.
“Os casos em Criciúma tiveram confirmação de meningite tipo W. Uma criança foi a óbito e outra apresentou melhora. Em Içara, foram suspeitas clínicas, ou seja, suspeitas médicas. A partir disso, os exames foram realizados e fizemos a quimioprofilaxia”, informa o gerente regional. Ele lembra que a principal forma de prevenir é através da vacinação, que faz parte do calendário do Ministério da Saúde. As unidades da rede pública disponibilizam gratuitamente a vacina contra a meningite tipo C, tendo como público alvo crianças de até dois meses de idade. Entretanto, De Faveri reconhece que houve falta das doses em alguns postos da região. “O Ministério da Saúde atrasou a distribuição das vacinas, mas já foi regularizada a distribuição aos municípios”, garante.
A enfermeira Laura Maté frisa que a rede pública fornece vacinação gratuita para crianças contra os principais tipos de meningite bacteriana que circulam no país. Para os adolescentes de 11 a 14 anos, também está disponível a vacina contra a meningite C.
Médico explica os sintomas e as formas de prevenção
A doença pode ser causada por fungos, vírus e bactérias, assim como por outros agentes não infecciosos. “A meningite é uma inflamação da membrana que protege o cérebro e, dependendo da parte atingida, pode causar sequelas cognitivas, motoras, encefalite (inflamação que causa dor de cabeça aguda e confusão mental), além de poder levar a óbito. Já a viral não causa sequelas”, detalha o médico infectologista, Raphael Farias.
De acordo com o profissional, a meningite pode ser contraída através de gotículas de saliva, projetadas através da fala ou tosse, ou de mãos sujas. “Além da vacinação, os hábitos de higiene, como lavar sempre as mãos, manter o ambiente ventilado e não manter contato próximo a quem apresentar os sintomas são formas de evitar a doença”, explica.
Segundo Farias, os principais sintomas são febre, vômitos, confusão mental. Em crianças menores de um ano, a moleira pode ficar inchada, haver choro agudo, irritabilidade e recusa aos alimentos. “As crianças estão mais suscetíveis por conta da baixa imunidade e em alguns casos pela vacinação incompleta. Por isso é importante seguir o calendário”, reforça.
Especial Jornal Gazeta