“O problema maior não é a doença em si. O problema maior é o preconceito. O preconceito mata muito mais que a própria doença”, afirma Luana (nome fictício). Há oito anos, quando morava em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ela descobriu que era portadora do vírus HIV. Desde então, aprendeu a compreender a doença, porém revela que o maior drama que os pacientes vivem é a discriminação oriunda da sociedade.
“Depois que descobri a doença, voltei para Içara, onde encontrei o apoio da equipe do programa DST/HIV/AIDS, desenvolvido pela Secretaria de Saúde do município, para poder me tratar. Nesses oito anos, eu nunca tive problemas com o tratamento, ao contrário do que vemos com muitas pessoas, tanto que nunca precisei trocar de medicamento”, conta Luana. “A minha carga viral sempre foi muito debilitada e hoje ela está alta”, acrescenta.
Ela considera os integrantes da equipe do programa como se fossem da família. “A gente conversa sobre tudo. Sempre que há uma dúvida, a gente pode perguntar, de forma tranquila”, afirma. Diante dessa proximidade, Luana passou a realizar serviço voluntário. “Trabalho em parceria com algumas ONGs e estou sempre envolvida nesta causa. Sempre procurando participar de palestras e de cursos, para conseguir ajudar outras pessoas”, justifica.
Ela entende que o acolhimento é um ponto fundamental para o tratamento. “Sempre busco a informação não para que fique apenas comigo, mas para que eu possa repassar para as outras pessoas, principalmente para elas entenderem que hoje em dia AIDS não mata. O que mata é a falta de tratamento, a rejeição da família, não aceitar que está com a doença. O primeiro passo é conseguir aceitar o diagnóstico”, finaliza.
Especial Jornal Gazeta