Municípios intensificam combate à dengue com ações de prevenção

Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas e chuvas, o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, se intensifica. Esse período, que vai de novembro a março, é crítico para o combate à doença, e os municípios da região Sul têm se mobilizado para conter o avanço dos casos e conscientizar a população sobre a importância da prevenção.

No ano de 2024, Santa Catarina registrou uma importante transmissão da dengue o que levou o Governo a decretar situação de emergência. Foram registrados até o momento 346.625 casos prováveis da doença no estado. Além disso, foram registrados 340 óbitos decorrentes da infecção com o vírus da dengue. Em relação à situação entomológica, já foram registrados 65.843 focos do mosquito em 283 municípios.

O diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Santa Catarina (SES), João Augusto Brancher Fuck, alerta sobre a importância de ações de prevenção e da colaboração de toda a sociedade. “No ano de 2024, foram registrados números históricos da doença em todo o país, e aqui no Estado não foi diferente. Diante desse cenário, diversas ações foram realizadas pela equipe, e foram intensificadas nas últimas semanas, especialmente sobre manejo clínico, controle do vetor e notificação dos casos. Mas é sempre importante lembrar que esse cenário demanda o envolvimento de todos, poder público e sociedade, e a eliminação de locais com água parada continua sendo a melhor estratégia de prevenção”.

Diversos municípios do estado têm intensificado suas campanhas de prevenção à dengue. Em Siderópolis, a Secretaria de Saúde promoveu uma reunião com profissionais da área para discutir estratégias de combate ao mosquito.

Para isso, as agentes de endemias realizam um trabalho constante de monitoramento, com a verificação semanal de 70 armadilhas espalhadas pela cidade e vistorias quinzenais em pontos estratégicos, como cemitérios, postos de combustíveis e borracharias. Nádia de Menech, uma das agentes de endemias de Siderópolis, destaca a importância da participação da população. “Pedimos para que os moradores confiram potes de água de pets e flores, piscinas, materiais que possam acumular água. Um copo de plástico ou até uma tampinha de garrafa são suficientes para o mosquito se reproduzir”, salienta.

 

Armadilhas são fundamentais no combate

Em Morro da Fumaça, a situação de controle está em fase preventiva. “Hoje no município a gente não tem casos de foco e nem casos positivos de dengue. O que é feito é um trabalho de prevenção com 77 armadilhas inspecionadas semanalmente, além de visitas a locais estratégicos, como borracharias e cemitérios, que podem acumular água”, afirma a agente de endemias, Rute Martinez. Além disso, a cidade realiza blitz sanitária e distribui panfletos educativos, abordando a população diretamente nas ruas e escolas.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Içara, Graziela Macarini Zuchinalli, detalha os esforços em seu município. “Atualmente, estamos com 102 focos e algumas áreas do município foram decretadas infestadas pela Dive. Nos bairros Centro, Raichaski, Jardim Elizabete, Jussara e Vila Nova, que são os considerados infestados, realizamos varreduras a cada dois meses para eliminar criadouros, e usamos larvicidas em locais como caixas d’água e piscinas. Fora desses bairros, a fiscalização é feita em armadilhas a cada sete dias, além das visitas em pontos estratégicos”, explica Graziela.

Com relação aos casos da doença em Içara, a coordenadora detalha que apenas aconteceu no ínicio do ano. “Os casos autóctones, que são os adquiridos no município, nós tivemos três e foram todos no início do ano. Por enquanto nós não temos nenhum caso, não temos nada suspeito e ainda estamos em um momento bem tranquilo”, completa.

Já no Balneário Rincão, a enfermeira da Vigilância epidemiológica Renata Leopoldo enfatiza a importância da informação no combate à dengue, especialmente durante a temporada de verão. “Estamos com nossas agentes comunitárias de saúde realizando ações como entrega de panfletos explicativos da doença, observação de focos e conscientização da população. Também planejamos ações informativas durante os eventos da temporada de verão”, afirma Renata. O município notificou até agora 47 casos de dengue, com 3 casos confirmados, todos relacionados a viagens para locais com surtos da doença.

 

Prevenção da dengue:

A prevenção da dengue concentra-se na eliminação dos criadouros do mosquito e na proteção contra picadas. Medidas eficazes incluem:
• Eliminar recipientes que acumulam água, como pneus, garrafas e vasos de plantas;
• Manter caixas d’água e reservatórios devidamente tampados;
• Limpar calhas e lajes para evitar acúmulo de água;
• Utilizar repelentes e roupas de mangas compridas, especialmente durante o dia, quando o mosquito é mais ativo;
• Instalar telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos.

Motivos principais para o aumento de casos:

  1. Temperatura elevada: O mosquito Aedes aegypti tem uma maior taxa de reprodução e atividade em temperaturas mais altas, geralmente entre 25°C e 35°C, que são comuns durante o verão.
  2. Chuva e acúmulo de água: As chuvas frequentes nesta estação ajudam a formar muitos locais de proliferação para o mosquito, como poças e recipientes com água parada. O Aedes aegypti coloca seus ovos na água, e esses ovos se desenvolvem rapidamente em larvas quando a água acumula.
  3. Maior movimentação da população: Durante o verão, há um aumento do turismo e das atividades ao ar livre, o que favorece o contato das pessoas com áreas onde o mosquito está presente.

 

 

Colaboração: jornal Tribuna de Notícias / Edson Padoim

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