A busca constante pela tecnologia e capacitação fizeram com que a médica ginecologista Dra. Beatriz Milanese se tornasse a primeira cirurgiã de Criciúma capacitada a operar com cirurgia robótica na área ginecológica. Um diferencial que possibilita a aplicação na técnica inovadora, de todo o conhecimento adquirido pela especialista ao longo dos anos.
Normalmente, quem opera com cirurgia robótica são cirurgiões que já tem 10 ou 15 anos de experiência em laparoscopia.
A pós-graduação em Cirurgia Robótica Ginecológica foi realizada na Rede D’Or e teve duração de um ano.
“Quando cheguei em Criciúma, há 20 anos, havia poucos profissionais que atuavam com videolaparoscopia, fui a primeira mulher a fazer essa cirurgia sozinha aqui na cidade. Muitas vezes me perguntam ‘nossa, mas vocês está se preparando pra um tecnologia nova aos 50 anos de idade?’ Sim, porque a cirurgia robótica contribui inclusive para os cirurgiões idosos, pois é um procedimento que é realizado com o médico sentado. Esse tipo de cirurgia, geralmente exigiria 4 ou 5 horas de cirurgia em pé. O mesmo vale para tremores nas mãos, por exemplo, seja pela exaustão ou pela idade avançada, o robô se recalibra pra compensar isso. Quando estiver com 70 anos, eu não quero parar de operar, eu não quero me aposentar, e além de todos os benefícios pra paciente, a cirurgia robótica também me permite isso.”
Diferença entre cirurgia robótica e cirurgia convencional
As cirurgias podem ser realizadas com três técnicas diferentes. “Uma é a aberta, que é a mais popularizada, onde há cortes em direções variadas para permitir o acesso à área de interesse. Depois, surgiu a laparoscópica, onde o acesso acontece por pequenas incisões, em que são introduzidas uma microcâmera e pinças muito delicadas. E há cerca de 20 anos, surgiu a cirurgia robótica, onde o controle desses instrumentos e pinças (semelhantes aos da laparoscópica) é feito remotamente pelo médico cirurgião através de um “joystic” que reproduz seus movimentos em tempo real durante o procedimento”, explica Dra. Beatriz.
Segundo a especialista, geralmente, a conexão do console aos instrumentos é realizada no mesmo ambiente (com o cirurgião estando na mesma sala cirúrgica, por exemplo), via cabo, mas também é possível realizar via conexão de internet, embora seja preciso considerar o fator do delay na transmissão dos comandos.
“O que vai determinar a escolha de qual das três técnicas será usada, serão as particularidades da saúde do paciente, da abordagem necessária, entre outros aspectos que são avaliados de forma individual para cada caso”, esclarece.
Colaboração: Novo Texto