Por Alexandra Cavaler
A campanha de vacinação tem, na Região Carbonífera, 183.144 pessoas como público-alvo, mas até o momento foram imunizadas pouco mais de 32 mil
A influenza, conhecida como gripe, tem três tipos de vírus: A, B e C. Os vírus A e B apresentam maior importância clínica, sofrem frequentes mutações e são responsáveis pelas epidemias sazonais e, também, por doenças respiratórias com duração de quatro a seis semanas.Em geral, essas são associadas ao aumento das taxas de hospitalização e de mortes por pneumonia, especialmente em pacientes que apresentam doenças crônicas e fatores de risco. Já o vírus C raramente causa doença grave.
Diante disso, o estado de Santa Catarina elencou o sábado, 13 de abril, como o Dia D da campanha de imunização. Para isso,as unidades de saúde, com salas de vacinação, de todos os municípios da Região Carbonífera estarão abertas das 9h às 17h, sem fechar ao meio-dia, ofertando a dose do imunizante para o públicopreconizado, neste primeiro momento: crianças de 6 meses a 5 anos 11 meses e 29 dias; trabalhadores de saúde; gestantes; puérpera (mulheres na quarentena); professores; pessoas com 60 anos ou mais; profissionais das forças de segurança e salvamento; portadores de doenças crônicas; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; e trabalhadores do transporte coletivo. A vacina oferecida este ano é a trivalente, protegendo contra três subtipos do vírus influenza: H1N1, H3N2 e influenza B.
Em Santa Catarina, a campanha foi antecipada e iniciou no dia 25 de março e vai até 31 de maio para os grupos prioritários. Sara Pavei, coordenadora do setor de imunização da Regional de Saúde, explica que a antecipação se deu devido ao perfilepidemiológico e o número de internações e óbitospor Influenza. “Nos estados do Sul, a campanha foi antecipada devido ao perfil epidemiológico e o número de internações e óbitos por Influenza. E isso a gente percebe uma vez que a gente trabalha com a regulação de leitos, ou seja, sabemos que está aumentando bastante a fila de espera de pessoas que estão agravando doenças respiratórias para internação e UTI. Porque uma Influenzavira uma síndrome respiratória aguda grave e daí o paciente acaba tendo complicações. Por isso a importância do imunizante”, alertou.
Samuel Buco, gerente de Vigilância em Saúde de Criciúma, também faz um alerta devido à aproximação da sazonalidade das doenças respiratórias. “A gente sabe que no inverno, estação mais fria, os vírus respiratórios circulam com maior abundância; inclusive, esse ano o Ministério antecipou a campanhapara imunizar o maior número de pessoas quanto antes porque há a previsão de termos um inverno rigoroso. Então, o apelo que fica aqui é para as pessoas procurarem, inicialmente dos grupos prioritários, o quanto antes os postos de saúde, todas as nossas unidades têm a vacinasuficiente para todos. Busquem o quanto antes, recebam sua dose, estejam imunizados, uma vacina segura e eficaz que foi atualizada com duas novas cepas este ano. Além disso, todas as demais de rotina para adultos, crianças, idosos, gestantes, enfim, estarão à disposição. É uma grande oportunidade para as pessoas colocarem em dia o seu esquema vacinal”.
Municípios conciliam a data com a oferta de outras vacinas
A vacina contra a Influenza oferecida na rede pública é a trivalente. Ela protege contra os principais vírus gripais em circulação no Brasil, que são o Influenza A (H1N1), o Influenza A (H3N2) e o vírus Influenza B. A dose não causa gripe e pode ser aplicada simultaneamente com outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. E crianças que vão receber a vacina pela primeira vez devem tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.
Além da dose Influenza, algumas cidades da Região aproveitam a oportunidade para oferecer outros imunizantes e a atualização da caderneta de vacinas.
Acompanhe o que oferece cada município:
– Balneário Rincão – Influenzae atualização da caderneta;
– Cocal do Sul – Influenzae atualização da caderneta;
– Criciúma – Influenzae atualização da caderneta;
– Forquilhinha – Influenza, atualização da caderneta e sanar dúvidas;
– Içara – Apenas Influenza;
– Lauro Müller – Influenzae atualização da caderneta;
– Morro da Fumaça – Apenas Influenza;
– Nova Veneza –Influenza, tétanoe atualização da caderneta;
– Orleans – Influenzae tétano;
– Siderópolis – Influenza, tétanoe atualização da caderneta;
– Treviso – Influenza, tétanoe atualização da caderneta;
– Urussanga – Influenza, tétanoe atualização da caderneta.
Na Amrec, apenas 21,78% já foram imunizados
Santa Catarina tem como público-alvo mais de três milhões de pessoas. Até o dia 8 de abril, data da atualização do painel do Ministério da Saúde, apenas 391.545 mil receberam a dose, ou seja, 15,46%. Na Região Carbonífera, a porcentagem não é a desejada, mas é um pouco maior que o estado: 21,78%. Assim, pouco mais de 32 mil pessoas, das 183.144, foram imunizadas. Entre os municípios os dados são:
Influenza: doses aplicadas na Região carbonífera
Cidade | Público alvo | Doses aplicadas | % |
Balneário Rincão | 6.189 | 1.076 | 17,10 |
Cocal do Sul | 7.245 | 1.845 | 30,92 |
Criciúma | 91.747 | 14.890 | 21,12 |
Forquilhinha | 10.771 | 1.897 | 21,53 |
Içara | 22.089 | 3.330 | 19,47 |
Lauro Müller | 6.168 | 1.242 | 24,51 |
Morro da Fumaça | 6.771 | 1.302 | 23,51 |
Nova Veneza | 5.476 | 1.134 | 24,17 |
Orleans | 9.635 | 1.680 | 18,36 |
Siderópolis | 6.479 | 1.383 | 25,98 |
Treviso | 1.651 | 475 | 28,51 |
Urussanga | 8.924 | 1.842 | 25,28 |
SRAG Por Influenza em SC
Desde o dia primeiro de janeiro de 2024 até o dia 6 de abril, o Boletim Epidemiológico da Diretoria da Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, notificou 2.497 casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionadas à Influenza. Destes, 256 (10,2%) foram confirmados a partir de critérios laboratoriais, clínicos e epidemiológicos. Dos 256, 19 deles evoluíram para óbito de indivíduos nas faixas etárias de 10 a 19 anos (1), de 30 a 39 (1), de 50 a 59 (1), de 60 a 69 anos (5), de 70 a 79 anos (3) e acima de 80 anos (8).
Fonte: TN Sul