Por Alexandra Cavaler
A cada 25 anos a Igreja católica celebra um Jubileu Ordinário para festejar o Mistério da Encarnação, isto é, a presença humana e divina de Jesus Cristo no mundo. Esta tradição começou no ano de 1300 e a iniciativa foi da espiritualidade popular. A inspiração de celebrar jubileus vem do mundo bíblico. Lá está prescrito que deveria ser celebrado a cada 50 anos. Era um tempo propício para recordar o sonho cultivado durante o Êxodo, isto é, ter uma terra e construir uma sociedade com igualdade social, justiça econômica, fraternidade e de paz.
O Jubileu de 2025 é o Ano Santo da Igreja Católica, um evento especial de graça, perdão e renovação espiritual, proclamado pelo Papa Francisco. O tema escolhido é “Peregrinos da Esperança”, que reflete o desejo de inspirar os fiéis a viverem com esperança em um mundo marcado por desafios.
Padre Antônio Vander, Reitor da Basílica Santuário Sagrado Coração Misericordioso de Jesus, destaca que o ano jubilar é a grande oportunidade de todos serem peregrinos da esperança. “O jubileu que estamos vivendo neste ano de 2025 é a grande oportunidade de nós, como cristãos, sermos peregrinos de esperança. O que o Papa Francisco quer sempre nos alertar, nos chamar a atenção é que somos peregrinos de esperança, sempre olhando para a esperança de todo cristão que é a pessoa de Jesus Cristo. Ele é a nossa esperança. E nós somos peregrinos de esperança. Que possamos, a exemplo dos peregrinos, deixar para trás o que nos impede de seguir em frente, o que nos afasta de Deus e do próximo. Que possamos abrir o nosso coração à graça divina e deixar que ela nos transforme, fazendo de nós homens e mulheres novos, sinais de esperança no mundo”.
Diocese de Criciúma: quatro templos jubilares:
– Catedral São José, Criciúma;
– Basílica Santuário do Sagrado Coração Misericordioso de Jesus, Içara;
– Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, Nova Veneza; e
– Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá.
Tempo de perdão e testemunhos de fé
O Ano Jubilar, que iniciou com grande fervor na Diocese de Criciúma, é também uma oportunidade de aprofundamento na espiritualidade e no compromisso com a missão da Igreja. Os fiéis foram convidados a fazer de suas vidas um testemunho concreto de fé, de solidariedade e de fraternidade, aproximando-se cada vez mais do sonho de Deus para cada um de seus filhos. Padre Antônio Vander, enfatiza o ano do perdão.
“Também, o ano jubilar é o ano do perdão. O ponto alto do jubileu é o perdão. Perdão das dívidas, perdão das pessoas que nos ofenderam, perdão das pessoas que nos magoaram, perdão das nossas brigas, perdão das nossas indiferenças. O grande tema a ser trabalhado é, de fato, o perdão. E este é o que permeia todo ano jubilar, por isso temos a preparação, a caminhada. Por isso temos as santas missas, as confissões, as comunhões e tudo isso para quê? Para levar o fiel a ter uma vida saudável espiritualmente, humanamente, pessoalmente”, completou o reitor da basílica menor.
Santuário Mãe dos Homens
Os locais definidos pela Diocese já começaram os preparativos para receber os peregrinos do ano jubilar. No Santuário de Araranguá, a quinta-feira será o dia de atendimento e confissões aos fiéis e peregrinos. Já sendo um ponto de peregrinação e turismo religioso, o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens deve receber ainda mais visitantes. Inclusive, a festa da Padroeira, em maio, também terá como temática o Jubileu da Igreja Católica, cujo tema é: “Com Maria somos Peregrinos da Esperança!”.
“Ao longo do ano, o Santuário disponibiliza todas as quintas-feiras confissões e orientações espirituais o dia inteiro, além de missas às 12h30 e 18h15”, conta o pároco e reitor do Santuário Mãe dos Homens, Pe. Jonas Emerim.
“Não é apenas um marco no calendário litúrgico”, Dom Jacinto

A Diocese de Criciúma realizou no final de dezembro de 2025 a Missa de Abertura do Ano Jubilar, cujo tema é “Peregrinos da Esperança”. Presidida por Dom Jacinto Inacio Flach, e com a concelebração de diversos padres do clero diocesano, a Santa Missa reuniu fiéis de várias comunidades. Proclamado pelo Papa Francisco, é o 28º Jubileu da história da Igreja Católica e também é conhecido como Ano Santo. Os próximos meses serão de diversas atividades, que se estenderão até o dia 6 de janeiro de 2026.
Em sua homilia, Dom Jacinto refletiu sobre o significado do Jubileu, destacando que este não é apenas um marco no calendário litúrgico, mas um convite a uma renovação pessoal e comunitária. O Bispo ressaltou ainda que o Jubileu é um momento propício para reavivar a esperança, cultivar a fraternidade e fortalecer o compromisso com o Evangelho. “Desejo que seja um tempo de conversão, de gestos concretos e não somente de palavras bonitas, felizes os que crêem no Senhor e que entregam o seu coração para Ele fazendo jorrar o amor a todos”, disse o prelado.


















