Por mais que se amplie as informações sobre a AIDS e sejam realizadas ações de prevenção, ano a ano aumenta de forma considerável o número de pacientes na rede pública de saúde recebendo atendimento devido à doença. Em Içara, por exemplo, em um ano houve registro de 60 casos a mais de pessoas infectadas pelo HIV, representando um crescimento de 10,5%.
Em dezembro de 2016, eram 570 casos, enquanto este mês iniciou com 630 pacientes sendo tratados no município. “Esses, no entanto, são pacientes cadastrados no programa, fazendo todo o acompanhamento, juntamente com a equipe técnica, mas claro que a gente sabe que esta não é a realidade. Acreditamos que este número possa ser muito maior”, informa a coordenadora municipal do Programa DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais, Samira Abdenur.
Ela destaca também que os números mudam constantemente. “Todos os meses a gente tem o registro de casos novos, infelizmente esta é uma realidade, pois ainda há quem não se previne”, coloca a coordenadora do programa.
Samira apresenta uma preocupação grande quanto aos adolescentes e jovens, que mesmo estando em um mundo cercado de informações, muitas vezes não se previnem e acaba havendo um grande índice de infectados nessa faixa etária. “Muitos têm aquela mentalidade de que comigo nada acontece, mas não é bem assim. Se não se cuidar, pode acontecer, sim. Todo mundo deve se prevenir”, reforça.
Embora haja inovações quanto ao tratamento da doença, o índice de mortalidade preocupa. E a melhor forma de prevenção, de acordo com Samira, segue sendo o preservativo. “O ideal ainda é a camisinha, porque não evita apenas o HIV, mas todas as doenças sexualmente transmissíveis. Só que ainda não foi possível mudar a mentalidade de todos para que façam o uso do preservativo”, lamenta.
Camisinhas são oferecidas de forma ampla pelos serviços de saúde pública. E de acordo com a coordenadora, podendo ser conseguidas nas próprias unidades de saúde.
Especial Jornal Gazeta