Histórias de casamentos são sempre carregadas de emoção e um misto de sentimentos pra quem conta, e mais ainda, pra quem as vive. Assim deve ser a celebração que unirá 59 casais na igreja matriz São Donato durante o terceiro casamento comunitário no próximo sábado, dia 15.
Neri Manoel de Souza, de 70 anos, e Zulemar Luis Fernandes, de 66 anos, formam o casal de maior idade a celebrar o matrimônio. Os dois tiveram uma vida cheia de encontros e um namoro que iniciou dentro da Igreja onde serão casados. Com um olhar tímido, mas sem esconder a alegria de estar vivendo o momento, Neri fala em recomeçar. Zulemar, que gosta de ser chamada de Nininha, revela que tudo começou em outubro de 2014, durante a ordenação do padre Gabriel Manarim. “Estava sentada em um banco, e ele atrás de mim. Eu não o vi. Fui comungar e quando voltei alguém bateu em meu braço. Era ele dizendo que queria falar comigo. Depois disso, nossa história começou”, conta ela.
Neri é viúvo há dez anos, e Nininha há 21. Eles contam que se conhecem desde muito jovens quando ainda eram solteiros por morar durante a juventude no mesmo bairro. Ambos casaram e construíram suas famílias com base no amor e respeito por seus parceiros. Depois de tantos anos, encontram em situação favorável a uma aproximação, e um novo amor. Segundo os dois, as famílias aceitam e aprovam essa relação. A decisão do casamento partiu de dona Nininha. No primeiro momento o noivo foi relutante, mas, acabou cedendo. “Vivemos dentro da igreja e não podemos nos afastar da eucaristia, porque é o Santíssimo que nos dá força. Por isso, decidimos nos casar e fazer tudo certinho”, argumenta Neri.
Os noivos se encaminharam até a secretaria da Paróquia e fizeram a inscrição para o grande dia. Participaram do curso de noivos e contam que estar no meio de tantos casais mais jovens assustou um pouco. A partir de então, começaram os preparativos e a escolha do vestido da noiva. “Fiquei com receio. Primeiro aluguei um vestido rosinha, bem simples, mas quando ouvi que as noivas iam de branco, e vestidas de noiva mesmo, fui lá e troquei”, se orgulha a Nininha.
A expectativa dos dois, à partir do dia 15 é viver o “felizes para sempre”. “Já fomos felizes com o nosso primeiro casamento, mas a igreja diz que é até que a morte nos separe. Aconteceu para os dois, e agora nos achamos no direito de ser felizes novamente”, pontua a noiva.
De acordo com o pároco da Antonio Vander, o casamento comunitário é importante pela necessidade que essas pessoas têm de serem casados perante a igreja, e pontua a cultura popular que casar é sinônimo de alto investimento financeiro, pela obrigatoriedade que se incute de fazer festa, e afins. “O casamento comunitário é importante para a Paróquia porque as pessoas se desarmam. Elas vão procurar o casamento não porque terá festa, mas porque será mais barato. Há um contexto neste evento que ajuda a mencionar a importância do casamento. Um segundo ponto é a regularização do casamento como deveria ser, abençoado por Deus, casados na igreja, com a graça do Senhor”, explica o sacerdote.
Desde a primeira edição do casamento comunitário cerca de 200 casais já oficializaram o matrimonio. A cerimônia será aberta para a comunidade. Apenas o coquetel, que será realizado após a cerimônia, é restrito a apenas 15 convidados por casal.
Colaboração: Pascom São Donato



















