A greve deflagrada na indústria de plásticos descartáveis do Sul do Estado vai se estender ao segmento de plásticos flexíveis, produtores de embalagens, em sua maioria. Uma rodada de negociação de quase três horas na tarde de terça-feira, dia 21, terminou sem acordo e com os patrões focando todas suas atenções na cláusula do abono, atualmente anual, que pretendem alterar para “abono de férias” ou “abono de aniversário”.
“A classe patronal insiste na mudança na forma do abono alegando precauções com os tributos, mas na realidade o que pretendem, na prática, é diluir o desembolso, pois na forma que vem sendo praticada há mais de dez anos, o valor é pago em duas parcelas, nos próximos dois meses, muito mais interessante para os trabalhadores”, interpreta o presidente do Sindicato profissional, Carlos de Cordes, o Dé.
Nas três horas de debates os patrões das indústrias de flexíveis focaram, unicamente nesta cláusula e nem chegaram a discutir um índice de reajuste salarial. “A estratégia dos patrões é mais uma vez empurrar com a barriga e esperar que a justiça do trabalho julgue o Dissídio Coletivo que eles requereram e aos trabalhadores só resta exercer o direito à greve e dar a resposta”, acrescenta Dé.
O comando de greve, já reforçado por lideranças sindicais do Norte do estado, Vale do Itajaí e região da grande Florianópolis, se reúne nesta noite para definir as estratégias para avançar na paralisação. “Estamos cumprindo, exatamente, aquilo que foi determinado nas oito assembleias que realizamos na região; sem avanço nas propostas patronais, vamos à greve”, finaliza o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região.
Colaboração: Gilvan de França