“Ele deu belíssimo passe!”, “Que defesa maravilhosa ele fez!”, “Que drible desconcertante ele efetuou!”, “Ele realizou um gol sensacional!”. Essas entre outras são frases são muito comuns no futebol é são tranquilamente respeitadas. Mas, que tal alterarmos o pronome para o feminino, assim utilizando “ela” ao invés de “ele”? Para pessoas conscientes, isso é algo muito comum. Mas infelizmente, há muitas pessoas ainda que não aceitam que mulher jogue futebol ou que pratique qualquer outro tipo de esporte.
A coluna de hoje é direcionada realmente a quem é retrógrado e que tem na mente ainda que futebol não é lugar de mulher. Este é um assunto que até um tempo atrás eu considerava como batido, mas depois do que aconteceu neste fim de semana, sou obrigado a bater nesta tecla.
A quem não sabe, a cearense Amandinha foi eleita a melhor jogadora de futsal feminino pela terceira vez consecutiva, mantendo uma hegemonia das atletas brasileiras. Ela construiu sua brilhante carreira no Barateiro, de Brusque, e no fim do ano passado então se transferiu para o Leoas da Serra, de Lages. Algo tudo normal, uma atleta brilhante, conquistando seu espaço. Tudo certo até surgir um comentário específico no site de notícias Globoesporte.com.
A matéria relatava sobre a conquista de Amandinha, conforme manda o figurino. Eis que surge então o comentário de um cidadão com a seguinte frase: “Devia estar na cozinha fazendo a comida do marido e não fazendo coisa de homem”. Fiquei realmente perplexo, mas este foi apenas um comentário entre vários que ocorrem no dia a dia com esta mesma ideia, porém ganhou destaque e por isso estou produzindo minha coluna em cima dele.
O que eu quero saber de vocês, que não aceitam que mulher jogue bola, o que as obriga a não fazer isso? Existe alguma regra que indica que mulher não pode jogar futebol? Por favor, quero uma explicação sensata sobre por qual razão mulher não pode jogar futebol, a não ser o machismo. Somente peço isso!
E para finalizar quero destacar uma questão: não há nada mais sagrado neste mundo do que o livre-arbítrio, ou seja, a possibilidade de escolher o que se vai fazer através da própria vontade, sem precisar depender da vontade de terceiros.
Você pode não gostar do futebol feminino, pode não valorizar, mas respeite o livre-arbítrio, respeite as mulheres que querem seguir este caminho! Elas amam o futebol e é por isso que enfrentam todo este preconceito!
Por ora era isso. Tenham todos uma ótima semana e até a próxima!
Lucas Heckler – cronista esportivo e acadêmico de Educação Física
“A paixão pelo esporte na veia”