Nesta quinta-feira, dia 31, a Igreja Católica celebra a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, mais popularmente chamada pela expressão latina “Corpus Christi”. A festa celebra a presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia. A procissão com veneração pública pelas ruas só é permitida nesta data ou na realização de congressos eucarísticos.
“Narra a história, que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir, em peregrinação, ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo, em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração, veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sanguíneos e as toalhas do altar sem, no entanto, manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo”, relata o assessor eclesiástico da Comissão Diocesana de Liturgia, padre Maxssuél da Rosa Mendonça.
Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a Igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo (Itália) em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A celebração da festa foi concedida em 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na Quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. Porém, o decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, pois o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na Diocese de Colônia, na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se, primeiro, na Alemanha, depois na França e na Itália.
O Pão da Eucaristia é o pão da solidariedade
A festa do Corpo de Deus ocorre, a cada ano litúrgico, entre os meses de maio e junho, no contexto do mês do Sagrado Coração de Jesus e dos santos populares. “É ação de graças e proclamação de fé na Eucaristia. É também dia de compromisso renovado, de profunda e intensa participação na celebração da Ceia do Senhor, de vivência das exigências de fraternidade e solidariedade que a Eucaristia comporta. Não se pode realizar um gesto que indica unidade, partilha, igualdade e doação recíproca, aceitando e contribuindo com as desigualdades sociais, os ódios, a indiferença, a violência. Ao receber tão excelso dom, tornamo-nos o que ainda não somos: pão partilhado em benefício dos irmãos”, acrescenta padre Maxssuél.
Colaboração: Bibiana Pignatel/Diocese de Criciúma