Por Alexandra Cavaler
Inaugurado em 2024, o centro de atendimento e terapias para crianças com espectro autista, idealizado pela Cooperativa Aliança de Içara, já apresenta resultados positivos não somente com os atendimentos voltados às crianças, mas com o envolvimento de todos os familiares. Prova disso, é que desde ontem, dia 4, a equipe de profissionais iniciou uma nova proposta: “Papais em Ação”.
O objetivo, de acordo com Sany Mazzuchetti, coordenadora de projetos sociais da Cooperaliança, é capacitar as famílias para dar continuidade ao trabalho realizado com as crianças, fortalecendo o processo terapêutico e contribuindo para seu desenvolvimento. “Durante as reuniões, chamadas de orientação parental, os pais recebem atividades personalizadas e aprendem como complementar em casa o que está sendo trabalhado no espaço terapêutico. Com isso, queremos que as famílias participem ativamente do processo e entendam como seus filhos estão se desenvolvendo, sentindo-se acolhidas e orientadas”, explica. “Transformar vidas é nosso compromisso, e o Papais em Ação é mais um passo nessa direção”, emendou Dedê de Jesus, presidente da Cooperaliança.
Exemplo a ser seguido
Pamela Cristina Mageski Cardoso, mãe da Thaís Cardoso, de 6 anos, conta que a filha está na clínica desde a inauguração, em novembro do ano passado, e que já vem apresentando ótimos resultados. “O que eu percebi desde o início é que eles começaram os trabalhos com uma pegada totalmente diferente do que estamos habituados aqui na região. E explico: o que a gente mais sente falta, e eu falo por mim e por diversas famílias atípicas com as quais eu tenho bastante contato, é o contato entre família e profissional, família e clínica. Geralmente, a criança entra, sai, e os profissionais dizem que está tudo bem e chamam o próximo paciente, ou seja, a gente não consegue ter uma troca. E isso ocorre na maioria dos locais na região, seja ele particular, SUS, seja plano de saúde, é quase unânime. Já na clínica, desde que começou a proposta é diferente, eles tem essa troca em tempo real com a família. A cada final de sessão a profissional vem e fala com a gente, por até 10 minutos, mesmo que não seja muito tempo, ela consegue explicar o que fez, como fez; ela conta que a criança conseguiu algo que ainda não tinha feito, apresenta os pontos de evolução e os que há necessidade de um trabalho mais forte. Isso é fundamental para a criança e para nós pais”, celebrou a mãe da pequena Thaís.
Ela ainda ressalta, entusiasmada, que com essa troca é possível saber de tudo o que está acontecendo com a sua filha nos acompanhamentos. “Com esse novo modelo de atendimento é possível sabermos de tudo o que está acontecendo. É algo inovador e importantíssimo. Ainda mais agora com esse projeto voltado aos pais, com encontros programados duas vezes por mês, quando estaremos ainda mais perto dos terapeutas, vamos conseguir conversar com calma, desenvolver, juntos, um plano de intervenção, um tratamento personalizado. Além disso, através do hiperfoco dela conseguirmos trabalhar as suas habilidades dela é incrível! E eu espero que as outras clínicas da região adotem isso, porque não é porque começou aqui que os outros locais não podem levar. Minha mãe sempre me falou isso: “nada se cria, tudo se copia”. Então, se é legal, se é positivo, tomara que seja replicado em todos os locais, porque isso com certeza fará uma diferença muito grande na vida das crianças e de seus familiares”, avaliou Pamela.
Colaboração: jornal Tribuna de Notícias


















