Não, o Brasil não fez um novo vexame nesta Copa América. O problema é que um grande número dos brasileiros ainda acredita que o Brasil é o “país do futebol”, que temos na seleção um time temido pelos adversários e por aí vai. Este é o problema. O futebol brasileiro não evoluiu, estagnou no tempo, enquanto a maioria dos países “médio” no futebol aproveitaram para crescer e hoje ficam de igual para igual com a nossa seleção.
Nesta atual edição da Copa América, na qual o Brasil foi eliminado nesse sábado, nos pênaltis, pelo Paraguai, a nossa seleção chegou até onde o limite deixava. A seleção não passaria dali. Se passasse para a semifinal, o Brasil superaria seus limites. Mas, sem o único jogador que ainda se destaca um pouco, era praticamente impossível. Teve sorte de não ter perdido no tempo normal, até porque diante do Paraguai jogou somente nos 30 primeiros minutos.
A série de amistosos que o Brasil fez depois do vexame na Copa do Mundo até o início da Copa América foram enganadores. Fiquei muito impressionado com a performance e cheguei a pensar que o Brasil poderia conseguir se recuperar de imediato. Pois diferentemente ao que acontecia em amistosos de anos anteriores, desta vez venceu grandes seleções do futebol mundial. Mas, que grande engano.
O desempenho nesta Copa América, somente vem relembrar que aquele 7 a 1 sofrido para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo não foi um simples apagão, como por muito ouvi. Agora somente estamos sentindo os reflexos da parada no tempo do nosso futebol. Aliás, na Copa do Mundo do ano passado, talvez por ter atuado em casa, o Brasil foi além do que realmente poderia. Se superou. Pelo plantel que tinha, sinceramente falando, não poderia passar das oitavas de final.
Um vexame na Copa do Mundo e uma má performance na Copa América acendem a luz vermelha para o nosso futebol. Ou muda ou esquece a briga por títulos. O Brasil já está fora da Copa das Confederações e se não tiver uma mudança imediata, pode ficar de fora até da Copa do Mundo, pela primeira vez em sua história.
Agora, o Brasil se volta para as eliminatórias para a Copa do Mundo. E em uma análise rápida, não vejo o Brasil brigando pelas primeiras posições. Sim, a situação está complicada. No caso da América do Sul, são dez seleções brigando por quatro vagas diretas e uma para a repescagem.
Das quatro vagas direta, se a lógica se confirmar, três já têm dono: Argentina, Chile e Colômbia. A quarta vaga e a participação na repescagem então deve ficar entre Brasil, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. Aliás, quero ressaltar que igualmente ao Brasil, o Uruguai é outra seleção que parou no tempo. E na minha visão, sem dar medo a ninguém, hoje temos e Bolívia e a Venezuela.