sexta-feira, 29 novembro, 2024
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Unesc e Corpo de Bombeiros desenvolvem protocolo de atendimento para pessoas com TEA

Foto: Divulgação

A apresentação do trabalho desenvolvido por cerca de um ano foi realizada nesta semana

A Unesc, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), alcançou um marco pioneiro no desenvolvimento de um protocolo operacional padrão para o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) específico para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa colaboração inovadora entre a Instituição e o serviço de emergência visa aprimorar a qualidade e a sensibilidade do atendimento prestado a esse grupo de pacientes em situações de emergência.

 

O protocolo, resultado de um trabalho conjunto, é uma resposta à crescente demanda por abordagens de atendimento mais adaptadas e inclusivas para indivíduos com TEA. Com base em pesquisas internacionais e na expertise dos profissionais envolvidos, o protocolo visa garantir que cada paciente autista receba cuidados adequados e sensíveis às suas necessidades específicas durante emergências.

 

Para a reitora Luciane Bisognin Ceretta, essa colaboração inovadora não apenas ressalta o compromisso da Unesc com a excelência acadêmica e a responsabilidade social, mas também evidencia o papel fundamental de uma Universidade Comunitária na promoção da inclusão e da sensibilidade nas práticas de atendimento em saúde.

 

“Este projeto exemplifica o que podemos alcançar quando trabalhamos juntos para o bem comum. Continuaremos a buscar oportunidades para criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todos os membros de nossa sociedade”, disse Luciane.

 

A iniciativa surgiu a partir da experiência pessoal de uma sargento, que tem um filho autista, e que inicialmente trouxe essa necessidade à atenção do tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, presidente da Coordenadoria de Atendimento Pré-Hospitalar do CBMSC. Após o contato com a Unesc e a identificação de uma parceria, o desenvolvimento do protocolo começou a tomar forma, como explicou a professora pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Unesc, Cinara Ludvig Gonçalves, que desenvolve e lidera pesquisas sobre o TEA na Unesc.

 

“O manual resultante desse esforço conjunto abrange diversas áreas de intervenção, incluindo a abordagem da ambulância ao local da ocorrência. Diretrizes como a necessidade de manter a sirene desligada e evitar estímulos sensoriais excessivos foram cuidadosamente incorporadas para garantir um atendimento mais adequado e confortável para pessoas com autismo em situações de emergência”, observa a professora.

 

Segundo o tenente-coronel, ao considerar a singularidade das necessidades das pessoas com autismo, é fundamental ressaltar que o APH deve ser sensível, adaptado e inclusivo. “Isso promove a eficácia do protocolo e assegura que cada pessoa com TEA tenha o direito de ser tratada com dignidade e respeito, independentemente de suas características particulares”, comentou ele.

 

“Reconhecemos a importância de personalizar completamente o atendimento, levando em consideração as necessidades específicas de cada indivíduo”, complementou Cinara.

 

Tradução 

 

Com quase um ano de trabalho dedicado ao projeto, a equipe envolvida agora tem o objetivo de traduzir o protocolo para uma publicação internacional, visando inspirar e influenciar práticas semelhantes em outros locais ao redor do mundo. “Esse esforço representa um compromisso contínuo com a promoção da inclusão e acessibilidade em emergências, além de destacar o papel fundamental da colaboração interinstitucional na melhoria dos serviços de saúde”, finalizou Cinara.

 

Transtorno do Espectro Autista

 

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que ocorre precocemente, com a alteração em processos importantes no desenvolvimento social, cognitivo e da comunicação.

Pessoas com TEA apresentam déficits na comunicação e interação social, com pouca flexibilidade para mudanças de rotina, além de dificuldades para compartilhar emoções e integrar as diferentes percepções sensoriais. O diagnóstico ainda é clínico, o que pode muitas vezes levar as famílias a buscarem a opinião de vários profissionais.

Colaboração: Agecom

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