As cidades de Straubing, Augsburg e Munique, localizadas na Alemanha, se tornaram o centro das atenções para 17 especialistas e empresários brasileiros, entre eles, catarinenses que, durante seis dias participaram do Seminário Técnico de Bioeconomia. Esta missão, articulada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico Local (IDEL), juntamente com a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina e organizada pela Bildungswerk der Bayerischen Wirtschaft (bbw internacional), com o apoio da Secretaria de Assuntos Econômicos da Baviera, permitiu aos participantes um mergulho nas tecnologias mais práticas de inovação e sustentabilidade, com foco nas áreas de biotecnologia industrial, silvicultura e agricultura sustentável.
“O tema do seminário é atualmente muito importante tanto no Brasil como na Alemanha pois precisamos fazer muitos esforços para desenvolver uma economia verde tanto para preservar o nosso planeta, combater as mudanças climáticas e ao mesmo tempo criar novos empregos. A Baviera investe muito em pesquisa e no fomento de novas startups para conseguir desenvolver novas tecnologias. Do outro lado, o Brasil é um país que tem uma enorme riqueza em matérias primas renováveis e um enorme potencial e mercado. Se juntarmos os esforços, podemos ganhar mutuamente e encontrar novos caminhos para essa transformação necessária”, explica a representante da bbw, Anne Oertel.
Composto por um cronograma intenso, o seminário contou com visitas a polos de bioeconomia, como o BioCampus Straubing, onde os participantes tiveram contato direto com tecnologias de ponta, incluindo a produção de biometano pela Micropyros e a utilização de lignina pelo Grupo LXP, ambos exemplos concretos de aplicação dos princípios da bioeconomia na indústria.
Aline Ghisi, que representou o IDEL no seminário, destacou a importância desse intercâmbio para o desenvolvimento sustentável de Santa Catarina: “o que vivemos aqui na Baviera foi uma verdadeira revolução em termos de bioeconomia. As tecnologias que vimos podem transformar não apenas as indústrias, mas também o ambiente e a sociedade como um todo. Tenho certeza de que essa parceria IDEL/FACISC, bbw e a Secretaria de Assuntos Econômicos da Baviera vai continuar abrindo novas oportunidades aos estados, ampliando o uso de recursos biológicos e renováveis de maneira sustentável”, reforça a consultora.
Durante o seminário, também foi enfatizada a força da Baviera como um dos principais ecossistemas de bioeconomia da Europa, com uma infraestrutura robusta que inclui empresas como a Landpack, que produz embalagens sustentáveis a partir de palha, e o instituto Fraunhofer IGCV, que lidera pesquisas externas à tecnologia de materiais compostos e reciclagem. Essas iniciativas fazem parte de um esforço coordenado para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover uma economia circular.
“As impressões sobre tudo que têm sido feito na área de Bioeconomia na Alemanha foram ótimas. Tudo que eles estão fazendo é uma revolução neste tema. Para nós foi uma experiência muito enriquecedora. Estamos agora com as portas abertas para recebê-los em Santa Catarina para fazermos uma agenda conjunta de cooperação e estabelecer laços com a Baviera. Queremos essa parceria para focar principalmente na área de pesquisas e trazer novas ideias de negócios para as empresas catarinenses” destacou o secretário de Estado do Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina, Guilherme Dallacosta.
E este é um dos objetivos do seminário técnico, promover a troca de conhecimentos e fortalecer a bioeconomia como uma solução para os desafios econômicos e ambientais globais.
A programação incluiu ainda visitas a instituições como o Cluster de Tecnologia Ambiental da Baviera, além da AVA, uma usina de reciclagem de resíduos, responsável pelo tratamento dos resíduos de mais de um milhão de pessoas todos os dias; e muito outros ambientes bávaros, tradicionalmente inovadores e preparados para enfrentar novos desafios com empresas eficientes.
Com a conclusão do evento, os participantes que retornaram ao estado carregam novas ideias e planos para transformar seus respectivos setores, aplicando os conhecimentos adquiridos na busca por um desenvolvimento cada vez mais sustentável e inovador.
Além de Santa Catarina, o Seminário conta com participantes de diversas regiões do Brasil.