Por Alexandra Cavaler

A colheita do arroz iniciou oficialmente nesta sexta-feira, dia 31 de janeiro, em Santa Catarina. A safra do grão, de acordo com estimativa da Epagri/Cepa é de uma produção de 1,2 bilhão de toneladas, 9% a mais do que a anterior. Em todo o estado são mais de 145 mil hectare (ha) de área plantada, com produção média de mais de 8,5 toneladas por quilo. Somente na Região Carbonífera e no Extremo Sul, 19 dos 27 municípios que compreendem as duas regiões, somam quase 80 mil hectares do cultivo do grão.

Diferente do que ocorreu na safra 2023/2024, nesta a expectativa é de crescimento segundo Douglas Jorge de Oliveira, Engenheiro Agrônomo da Epagri, coordenador estadual do programa de grãos. “A expectativa para a safra 24/25 de arroz aqui em Santa Catarina tem uma boa perspectiva de produtividade. Uma recuperação em relação ao ano passado, que devido às intempéries climáticas, teve um desempenho reduzido. Então, esse ano a gente espera, e as previsões apontam uma recuperação ao redor de 9% em relação ao ano passado. Dessa forma, os produtores estão esperançosos com as colheitas que inicia neste fim de mês e segue até meados de abril”.

O profissional ressalta ainda a expectativa para as primeiras colheitas e revela que algumas da região Sul apresentaram pouca produtividade. “Já tivemos algumas colheitas no início do mês aqui na região Sul, mas com menor produtividade. São lavouras plantadas muito cedo, um pouco fora da ideal de cultivo do arroz para essa região, mas as lavouras que foram plantadas dentro da janela ideal de cultivo, a partir do início do mês de setembro, tiveram condições muito boas de desenvolvimento, e agora a gente segue acompanhando com expectativa o desenvolvimento dessas lavouras até chegar o momento da colheita. Assim, a expectativa hoje de produtividade para Santa Catarina é em torno de 8.700 quilos de arroz por hectare, que é uma produtividade realmente bastante alta, um desempenho muito significativo do setor arrozeiro do Estado.

Capacidade

O Engenheiro Agrônomo ressalta que os resultados positivos começam a partir da grande capacidade técnica dos produtores, “do setor de fornecimento de máquinas, equipamentos e insumos, e também de todo o conhecimento técnico que é gerado pelas pesquisas e pela assistência técnica. Então, tudo isso tem feito com que realmente o setor arrozeiro de Santa Catarina tenha se desenvolvido bem e hoje consiga ter esse índice de produtividade que está como índice médio entre as maiores produtividades do mundo. Lembrando que algumas lavouras individuais conseguem ter desempenhos superiores aos 14 mil quilos de arroz por hectare, o que é algo fantástico realmente mostrando.

Valor agregado e papel social

Celebrando junto com os produtores o início da colheita, sempre na expectativa de uma farta colheita, conforme Oliveira, o setor do arroz deverá colher no estado em torno de 1,2 milhão de toneladas de arroz, gerando uma movimentação econômica, apenas na venda do grão, cerca de R$ 2,5 bilhões. “Por isso é muito importante estar dentro das comunidades onde a atividade arrozeira se insere cumprindo um papel importante social de geração de renda e oportunidades de negócios, emprego, enfim, se somarmos a isso todo o valor agregado dentro da indústria, dentro do setor de máquinas, realmente é uma cadeia que movimenta algo em torno de R$ 6 bilhões no estado. Então, é um momento de celebrar, de aproveitar e compartilhar com todos os conhecimentos que levam à produção de lavouras cada vez melhores e também um momento extremamente simbólico para o produtor, que é o início da colheita, que marca a colheita de todo o esforço que foi empreendido ao longo de vários meses, vários dias de sol a sol, e agora vem o resultado desse trabalho todo”, assinalou, lembrando do Dia de Campo que aconteceu nesta quinta-feira, em Turvo, da abertura oficial da colehita de arroz que ocorre hoje, no mesmo município.

Boletim Agropecuário Nº 140 – janeiro/2025

Comparativo de safras

Colaboração: jornal Tribuna de Notícias

Foto: Nilton Alves