A Prefeitura de Balneário Rincão está estudando a implantação de estações de tratamento de efluentes individuais (ETEs) como uma solução para combater a contaminação da água que tem tornado alguns pontos do município impróprios para banho. A medida visa proteger o lençol freático e melhorar as condições ambientais e de saúde pública na região.
De acordo com o engenheiro ambiental da prefeitura, Paulo Amboni, a principal motivação para o projeto é o caráter aflorante do lençol freático em grande parte do município. “A implantação das estações de tratamento individuais ajudaria a evitar a contaminação do lençol freático, que é muito aflorante em várias áreas do Rincão”, explica.
Além disso, a ETE individual surge como alternativa às fossas convencionais, oferecendo um tratamento mais eficiente para os efluentes sanitários. “Com esse sistema, o risco de contaminação por e-coli, um dos parâmetros analisados para a balneabilidade, seria significativamente reduzido”, destaca Amboni.
Atualmente, os locais que apresentam maior preocupação em relação à qualidade da água são o Arroio Rincão – canal de deságue da Lagoa do Jacaré para o mar – e um ponto específico na Lagoa dos Freitas, ambos classificados como impróprios para banho em análises recentes do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).
Critérios e próximos passos
A proposta inicial prevê que as estações de tratamento sejam exigidas para novas obras a serem construídas no município. Segundo Amboni, a ideia é criar uma lei municipal que obrigue a instalação das ETEs individuais em novos imóveis como forma de prevenção.
“Os critérios para determinar quais áreas ou imóveis receberiam essas estações de tratamento individual seria: a ideia é criar uma lei para exigir em todas as obras novas a serem instaladas no município”, aponta.
Os próximos passos incluem conversas entre a prefeitura e os vereadores. “Estamos organizando um diálogo com o Legislativo para explicar a necessidade e os benefícios ambientais deste projeto para o município. Posteriormente, vamos trabalhar na criação da lei”, antecipa o engenheiro ambiental.
Relatório de balneabilidade
Conforme o último relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), divulgado em 16 de janeiro, a região apresenta pontos considerados impróprios para banho.
Em Balneário Arroio do Silva, dois locais de coleta foram classificados como inadequados: o ponto na Rua P. Oliveira, a 100 metros ao sul do arroio, e na Avenida Mondardo, na foz do arroio. Em Balneário Gaivota, o local identificado como impróprio foi o arroio situado na foz do riacho. Já em Passo de Torres, o relatório apontou como impróprio o braço morto do Rio Mampituba, nas proximidades da ponte.
Colaboração: jornal Tribuna e Notícias / Edson Padoim