O ciclo circadiano é o ciclo de 1 dia ao qual estamos expostos. Durante o dia, a luz, e durante a noite, a ausência dela, influenciam o nosso “relógio biológico”, ditando como nosso organismo se comporta no decorrer das 24 horas que compõem o dia no nosso planeta. É o meio pelo qual o organismo dos mamíferos (e também de plantas) se adapta à vida na Terra, cuja intervenção do Sol (e outros fatores ambientais) provocam ciclos de luminosidade e escuridão.
O relógio interno que todos nós carregamos estabelece o ritmo do nosso corpo durante o período de 1 dia, regulando nossas atividades diurnas e noturnas. Ele determina uma série de comportamentos, como nosso horário de sono, o estado de alerta e atividade, o momento que acordamos (e também o humor com o qual despertamos pela manhã).
O ciclo circadiano também exerce influência em nossa pressão arterial, no nosso apetite, na temperatura do nosso corpo, e nos hormônios que produzimos e liberamos na corrente sanguínea. A partir disso, o ciclo tem influência direta sobre nosso metabolismo e como nos comportamos durante os períodos do dia.
Para as crianças, o sono é ainda mais importante do que para os adultos, visto que os hormônios do crescimento são produzidos justamente quando estão dormindo. Problemas com o sono, portanto, podem prejudicar o processo de desenvolvimento infantil, uma vez que, durante o sono é que ocorrem os maiores picos de produção do hormônio do crescimento, a leptina e a grelina também estão ligadas ao sono, são hormônios que estão envolvidos no controle da saciedade e fome.
A longo prazo, a privação do sono, pode comprometer seriamente a saúde, como envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória. A curto prazo, a privação do sono, pode provocar: cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração. Segundo Salvador de Rosis Busse (do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo), vale ressaltar que são várias as alterações de sono que podem ocorrer nas crianças dessa idade, sobretudo as parassonias: sonambulismo, terror noturno, sonilóquios, bruxismo.
É na escola que os primeiros sintomas da falta de sono são percebidos. O desempenho caí e a criança pode até ser equivocadamente diagnosticada como hiperativa, em função da irritabilidade e de sua dificuldade de concentração, consequências da falta de sono necessária. O sono é importante por favorecer a retenção de novos conhecimentos, ajudando na sua consolidação, nas restaurações orgânicas e nervosas, sabendo que uma alteração na qualidade do sono leva à efeitos como deterioração da criatividade e da atenção, desempenho mais lento das atividades, padrão irritativo de comportamento, entre outros (Beardsley, 1999). Os distúrbios do sono são subdiagnosticados e muitas vezes não recebem a devida importância, por parte dos pais das crianças.
Denise Tournier – Nutricionista, pós graduanda em nutrição ortomolecular, iridologista, naturopata, palestrante, autora do livro Diário de saúde – manual simples para todas as pessoas que buscam o equilíbrio fisico e emocional.