Levantamento feito pelo Observatório de Negócios do Sebrae/SC também mostra o aumento na taxa de sucesso na obtenção de crédito e a importância para a geração de novos investimentos
O Observatório de Negócios do Sebrae/SC divulgou a pesquisa de Tendência Conjuntural, em que aponta o desempenho dos pequenos negócios no 2º trimestre de 2023 e as principais tendências para o 3º trimestre. Ao todo, foram entrevistadas 819 empresas, distribuídas em cotas representativas ao número de MEI (Microempreendedor Individual), ME (Microempresa) e EPP (Empresa de Pequeno Porte) de diferentes regiões do Estado, revelando informações sobre as vendas, sobre o fluxo de caixa, sobre a maturidade digital e sobre as expectativas para o 3º trimestre.
As vendas durante o 2º trimestre apresentaram queda de 3,6% em relação ao 1º. Entre abril e junho de 2023, apenas 26,6% dos pequenos negócios catarinenses registraram crescimento nas vendas. Comparados aos anos pré-pandemia (2018 e 2019) os dados apontam que este comportamento é comum para o período, sendo ainda assim melhor que o 1º trimestre de 2023, embora não seja um valor muito expressivo. O setor do comércio foi que mais apresentou aumento, 9,3% a mais do que o obtido no 1º trimestre. Já o setor da indústria teve diminuição de 6,5%, se comparado ao trimestre anterior.
Os pequenos negócios que usam o meio digital tiveram 29,1% das vendas realizadas por esses meios (contra 23,9% do trimestre anterior), sendo o e-commerce o ponto focal de contato com os clientes. Em seguida temos o Instagram, o Whatsapp, o Facebook e o TikTok (este último ganhando espaço, ainda que tímido, entre as empresas, com 5,5% de uso no período pesquisado).
No quesito compras, cerca de 17,2% dos pequenos negócios apresentaram aumento entre abril e junho de 2023 em relação ao trimestre anterior. A tendência ainda é de estabilidade, já que metade dos PNEs mantiveram esse percentual de compras no mesmo patamar.
O principal desafio, segundo o levantamento, é com relação ao controle de custos. Neste trimestre, 43,4% registraram aumento desta variável, o que impacta fortemente no lucro, especialmente se as vendas não evoluem positivamente na medida esperada. Comparado ao mesmo trimestre do ano anterior (2022), foram 70% a mais de empresas com custos elevados, o que indica a necessidade de ações fortes de gestão para reduzir esse índice.
Com relação à produtividade, o comportamento dominante foi de estabilidade. Somente os MEIs registraram um crescimento de 8,5% neste quesito. Historicamente, esse indicador vem crescendo nas últimas pesquisas. Com relação aos investimentos, 30,8% dos PNEs investiram em seus negócios, resultando em aumento nas vendas 40,4% superior àquelas empresas que não investiram.
Para a Analista de Dados e Coordenadora do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, Amanda Maciel da Silva, a expectativa dos pequenos negócios catarinenses para o 3º trimestre de 2023 é mais otimista. “Mais da metade dos empresários catarinenses que têm um pequeno negócio (59,6%) acredita em aumento de vendas no 3º trimestre. A maior influência continua sendo a situação econômica do país e a instabilidade do mercado, que pode reduzir a confiança e deixar a economia paralisada. Mesmo assim, aos poucos os empresários estão recuperando o otimismo, surpreendendo no número de empresas que investem acima do esperado e seguem gerando novos postos de trabalho. Para o próximo trimestre é esperado um crescimento próximo de 4% para a geração de empregos pelas MPEs. Uma das medidas para impulsionar o investimento e atrair o crescimento é proporcionar aos pequenos negócios o acesso facilitado ao crédito, por exemplo”, comenta.
No 2º trimestre, 2 em cada 10 pequenos negócios buscou crédito para sua empresa, sendo as cooperativas de crédito as principais fontes acessadas. No geral, 80% das empresas que buscaram crédito obtiveram os recursos solicitados. O destino desses valores para 25,4% das empresas é atender o fluxo de caixa, enquanto outros 9,8% aplicam o recurso para pagamentos de contas da empresa. Os investimentos em estrutura, equipamentos, máquinas e frota representam 40% do total de crédito obtido.
A pesquisa evidenciou ainda que 70% das empresas que não conseguiram crédito afirmam que não farão investimentos no próximo trimestre. “Isso confirma a importância da facilitação do acesso ao crédito como forma de alavancar os pequenos negócios e, consequentemente, impulsionar de modo geral a economia do estado”, finaliza Amanda.
O relatório completo da pesquisa pode ser acessado pelo https://www.sebrae-sc.com.br/observatorio.
Colaboração: NZBT Comunicação