Um espaço histórico, a construção que foi a primeira igreja de Balneário Rincão está há quase um ano fechada devido à possibilidade de desabamento do teto. Os cuidados atualmente são de responsabilidade da prefeitura da cidade litorânea, entretanto, existe a possibilidade de que a Paróquia São Francisco de Assis, recém-criada no município, reivindique o direito de retomar o prédio, que até a interdição funcionava como museu, e torná-lo novamente um templo religioso.
“Primeiro ponto é que a gente sempre gosta de lembrar que o espaço foi concedido a uso (ao município), mas pertence à Igreja Católica. E segundo ponto: temos, sim, o projeto de retorno do espaço ao seu devido sentido original de edificação”, afirma o responsável pela Paróquia São Francisco de Assis, padre Bento Ailton Zilli. O pároco, no entanto, preferiu não mencionar como estaria o debate para retornar à igreja, assunto tratado internamente, segundo ele.
Nos últimos anos, o espaço vinha sendo utilizado como Museu Arqueológico Nossa Senhora dos Navegantes. “Pela sua história, isto jamais deveria ser um museu. O projeto de uso deste espaço prevê seu retorno ao seu verdadeiro sentido: um lugar sacro, a primeira igreja do Rincão. Isso, sim, será resgatar e valorizar a história. Que seja providenciado novo espaço para o museu”, defende padre Bento.
Um caso semelhante a esse foi registrado em Içara em 2014. Na época, a primeira igreja de São Donato estava em posse da prefeitura, onde havia a Casa da Cultura. O espaço estava mal conservado, com diversos registros de goteiras, o que depreciava o ambiente. Após uma audiência pública, o prédio voltou às mãos da Igreja Católica e depois de uma reforma tornou-se a Igreja da Misericórdia, tendo então a praça São Donato um destaque: dois templos católicos no mesmo local.
Especial Jornal Gazeta