Da alimentação humana e animal à produção de combustível, passando pela indústria farmacêutica, o milho é um produto essencial em todo o mundo. Diante de tamanha importância, o grão alcança grande valor comercial e, assim, atrai o interesse de produtores. Em Içara, essa lavoura corresponde à maior área plantada e movimenta comunidades rurais, além de gerar renda às famílias envolvidas na atividade.
Na época de final de ano, a colheita da safra e o plantio da chamada “safrinha” concentram os esforços dos agricultores, que têm expectativa de bom faturamento no período 2018/2019. Se consideradas as duas épocas de plantio, a cidade alcança quatro mil hectares de lavouras de milho.
“Temos a safra principal, plantada entre agosto e setembro, e a safrinha, cujo plantio ocorre em janeiro e fevereiro”, explica o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) de Santa Catarina, Luiz Fernando Búrigo Coan. Ele destaca as recentes mudanças na atividade. “No Brasil, o forte sempre foi a primeira safra, mas há três anos, a safrinha se tornou maior”, comenta.
A preferência pelo cereal é justificada por vários fatores. “A área de milho cresceu sobre o feijão, porque não enfrenta o debulhamento, que provoca a entrada de umidade e, com isso, a perda da qualidade. O feijão tem maior risco, então, por segurança e pelo melhor preço, os produtores escolhem o milho”, ressalta Coan.
O agrônomo informa que a lavoura é menos suscetível aos efeitos climáticos, como a chuva. “Pode chover durante uma semana e ser colhido na sequência, o que não ocorre com o feijão”, aponta.
Especial Jornal Gazeta