A campanha Março Lilás busca conscientizar sobre o câncer do colo do útero, um dos mais incidentes entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres, excluindo os tumores de pele não melanoma. Em Santa Catarina, a estimativa é de 880 novos casos até o fim de 2025, sendo 60 em Florianópolis. No CEPON, unidade do Governo de Santa Catarina gerida pela FAHECE, foram registrados 1.376 atendimentos a pacientes com essa neoplasia em 2024. Diante desses números, a prevenção se torna fundamental, já que esse tipo de câncer pode ser evitado.
O câncer do colo do útero, ou câncer cervical, tem como principal causa a infecção persistente por tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo vírus é um fator determinante para o desenvolvimento da doença. Em muitos casos, o organismo consegue eliminar naturalmente o HPV, mas quando a infecção se torna crônica, pode levar a lesões precursoras que evoluem para o câncer.
A evolução da doença depende do subtipo do HPV e de outros fatores de risco, como tabagismo, imunossupressão, múltiplos parceiros sexuais, ausência do uso de preservativos e presença de comorbidades. Essas condições podem aumentar a persistência da infecção e, consequentemente, o risco de desenvolvimento do câncer.
A gerente técnica do CEPON, Dra. Mary Anne Taves, reforça a importância da vacina como principal forma de prevenção. “O câncer do colo do útero pode ser evitado através da vacinação contra o HPV, o principal causador desse tipo de câncer. Disponível gratuitamente nas UBS conforme orientação do Ministério da Saúde, a vacina previne a infecção por HPV, bem como as complicações e os cânceres causados por esse vírus” destaca, Dra. Mary Anne.
Nos estágios iniciais, o câncer do colo do útero pode ser assintomático. Com a progressão da doença, podem surgir sintomas como corrimento vaginal amarelado com odor desagradável, sangramento vaginal anormal (especialmente após relações sexuais) e dor na região do baixo ventre.
A prevenção do câncer do colo do útero está diretamente ligada à redução do risco de contágio pelo HPV. O uso de preservativos nas relações sexuais é uma das principais formas de proteção.
A vacina contra o HPV é uma das estratégias mais eficazes para evitar a infecção e, consequentemente, prevenir o câncer cervical. O imunizante está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Além disso, grupos com condições clínicas especiais, como pacientes oncológicos, transplantados, imunossuprimidos e pessoas vivendo com HIV/Aids, podem receber a vacina até os 45 anos.
Outra medida essencial de prevenção é a realização periódica do exame Papanicolau. O teste detecta alterações nas células do colo do útero antes que evoluam para um tumor maligno, permitindo o tratamento precoce. O CEPON reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer do colo do útero. A campanha Março Lilás é uma oportunidade para ampliar a conscientização sobre a doença e incentivar ações de prevenção que podem salvar vidas.