Por Alexandra Cavaler
Aos cinco anos, João de Brobio já enfrentou desafios que muitas pessoas não imaginam ao longo de toda a vida. Morador do bairro Metropol, em Criciúma, o menino foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e pouco tempo depois com a Síndrome de Chiari tipo 1, uma condição neurológica rara que compromete funções motoras e provoca sintomas dolorosos e incapacitantes.
No dia 10 de setembro, João passou por uma delicada cirurgia em Londrina, no Paraná, para tratar a malformação. O procedimento foi bem-sucedido e representou uma vitória imensa para a família, que enfrentou meses de angústia e mobilização para conseguir custear a operação. Porém, a jornada está longe de terminar: agora, os pais do menino precisam de apoio financeiro para garantir os cuidados pós-operatórios que serão fundamentais para a recuperação completa dele.

“Ele precisa de medicação contínua, sessões de laser para a cicatrização da cirurgia, fisioterapia e acompanhamento médico frequente. Além disso, estamos em Londrina e temos custos diários com estadia, alimentação e transporte. Como o pai do João precisou deixar o emprego para poder vir comigo acompanhar ele, hoje estamos sem nenhuma renda fixa”, relata a mãe, Jéssica dos Passos Severino, emocionada.
Segundo ela, a família vendeu o carro que possuíam para custear parte das despesas de locomoção e para que o pai pudesse acompanhar o tratamento do filho. “As contas da cirurgia e os honorários médicos já conseguimos pagar com a ajuda de muitas pessoas. Atingimos a meta da vaquinha e somos imensamente gratos por isso. Mas agora, precisamos seguir firmes para garantir que ele tenha a reabilitação necessária”, afirma.
Uma rede de solidariedade que salvou uma vida
A história de João comoveu leitores e seguidores de várias partes do país depois que a família lançou uma campanha de arrecadação. Pessoas de cidades como São Paulo, Londrina e até de outros estados se uniram à corrente de solidariedade para garantir a realização da cirurgia.
A tia do menino, Andresa Passos Simões de Moura, se diz profundamente agradecida: “Eu sou tia do João, um menino que a Alexandra, há algum tempo, fez uma matéria para nos ajudar na vaquinha. Eu gostaria de agradecer todos os leitores, todos os seguidores e todos que contribuíram para que essa etapa, a da cirurgia, fosse concluída. O João já fez a cirurgia, ele se encontra hoje em Londrina, em acompanhamento médico, e está ótimo. A cirurgia correu tudo bem. Nós só temos a agradecer a todos que ajudaram, contribuindo e compartilhando. Agora vem a mais uma etapa, a recuperação e demais atendimentos. Mas quero aproveitar a oportunidade, e mais uma vez dizer que a gente só tem a agradecer por termos conseguido. Nós somos naturais de Imbituba, mas Criciúma nos acolheu de um jeito que lugar nenhum nos acolheu”, disse Andresa comovida e cheia de esperança num futuro melhor para o sobrinho.
Entenda a Síndrome de Chiari tipo 1

A doença pode ter tratamento eficaz quando diagnosticada precocemente
A Síndrome de Chiari tipo 1, também conhecida como malformação de Chiari ou deformidade de Arnold Chiari, é uma condição neurológica rara em que parte do cérebro (o cerebelo) se projeta para dentro do canal da coluna vertebral. Isso pode causar uma série de sintomas graves, como dores de cabeça intensas, tonturas, alterações de visão, crises epilépticas, dificuldades motoras, perda de coordenação e até apneia do sono.
O neurocirurgião pediátrico Dr. Alexandre Casagrande Canheu, responsável pela cirurgia de João, explica que, apesar de rara, a doença pode ter tratamento eficaz quando diagnosticada precocemente. “Essa malformação pode evoluir e causar danos neurológicos irreversíveis. Quando há sinais progressivos, a cirurgia é o único tratamento capaz de interromper a piora do quadro”, esclarece.
Como ajudar
A família precisa permanecer em Londrina por cerca de um mês para garantir o acompanhamento médico pós-operatório de João. Depois disso, o retorno a Criciúma exigirá ainda sessões de fisioterapia e acompanhamento contínuo, além de transporte adequado para a criança.
Quem quiser contribuir pode fazer doações por Pix, usando a chave 07270179930, em nome de Jéssica dos Passos Severino (mãe do João), ou entrar em contato diretamente pelo telefone/WhatsApp (48) 98858-9937 (tia de João). Também é possível acompanhar a história de João pelo perfil do casal nas redes sociais: @todoscom_joaonetto
Esperança renovada
Apesar das dificuldades, a família segue confiante. “A gente sabe que ainda temos um longo caminho, mas o mais difícil passou. O João está bem, se recuperando, e isso é o que mais importa. Agora, só precisamos garantir que ele tenha tudo o que precisa para voltar a correr, brincar e viver como uma criança saudável”, conclui Andresa.
								
											
								
															
								
															








								
															
															
															








