Por Alexandra Cavaler
Com o objetivo de mostrar para a população e à comunidade científica a fauna nas matas nativas próximas aos centros urbanos, o biólogo Vitor Bastos tem feito levantamentos em alguns municípios como, por exemplo, Criciúma e Morro da Fumaça. Além disso, o especialista
se prepara para defender a tese de mestrado voltado ao mesmo tema e também o lançamento de um livro, o que deve acontecer ainda neste ano. Nas áreas fumacenses, o monitoramento por meio de câmeras ocorre desde 2020 e já foram detectadas quase 20 espécies de
mamíferos de médio e grande porte.
“Esses estudos e observações começaram por iniciativa própria e tem como objetivo, além do meu mestrado, para o qual eu defendo a tese ainda neste ano e o lançamento de um livro, mostrar para a população e para a comunidade científica que as áreas de matas nativas
próximas a centros urbanos do Sul de Santa Catarina possuem muita vida silvestre, promovendo a preservação dessas áreas verdes”, explicou Vitor. A tese de mestrado do biólogo tem como título “Composição de Mamíferos de Médio e Grande Porte em
Remanescentes Florestais Urbanos no Sul de Santa Catarina”.
O biólogo também elenca as espécies encontradas em Morro da Fumaça num período de quase cinco anos. “Tivemos dentro de Morro da Fumaça, 19 espécies, entre elas: lebre, capivara, ratão do banhado, cutia, quati e lontra, com outras três aparecendo bem próximo do
município, como no caso do veado catingueiro. Um achado impressionante, pois mesmo com as rodovias, todos esses fragmentos florestais de Criciúma, que faz limite com Cocal do Sul, Siderópolis e Morro da Fumaça, formam um grande mosaico de áreas verdes que os
mamíferos usam”, salientou Bastos, acrescentando que ainda em Morro da Fumaça teve a surpresa de registrar jacupemba, uma ave extremamente rara na região.
Espécies encontradas em Morro da Fumaça
Bugio
Lebre
Capivara
Ratão do Banhado
Cutia
Quati
Lontra
Irara
Furão
Tamanduá Mirim
Gato Maracajá
Gato do Mato Pequeno
Gamba de Orelha Branca
Gamba de Orelha preta
Cachorro do Mato
Ouriço Cacheiro
Tatu Galinha
Tatu do Rabo Mole
Mão Pelada
Árvores gigantes e mata preservada
Vitor Bastos lembra que o mesmo monitoramento acontece simultaneamente em Criciúma. Ele conta como é o processo. “Eu comecei em Criciúma, mas sempre botei câmeras na região do Morro da Fumaça também, e ali tem áreas bem bonitas, áreas de mata muito preservadas, uma floresta antiga com árvores gigantescas. Foi ali que, pela primeira vez, obtive imagens de um tamanduá com o filhote nas costas. Além disso, essa área de Morro da Fumaça também tem uma parte inserida no Morro Cechinel”, relatou.
Mestrado e livro
Ainda conforme o biólogo, os estudos vão fazer parte da sua tese de mestrado. “Vou fazer mestrado agora e todos esses materiais vão fazer parte deste material. Essas análises também serão utilizadas em artigos científicos e do livro que deve ser lançado ainda neste ano, tudo
com o intuito de mostrar que as áreas são importantes para a preservação”, concluiu o biólogo, Vitor Bastos.