sexta-feira, 29 novembro, 2024
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Família vence a leucemia com amor e superação

Falar de leucemia no Brasil é lembrar da novela “Laços de Família”, exibida pela TV Globo nos anos de 2000 e 2001. Uma cena marcante foi o momento em que a personagem interpretada pela atriz Carolina Dieckmann, Camila, diagnosticada com a doença, teve seu cabelo raspado. Mas todo o contexto interpretado na ficção foi realidade para uma família de Içara. E a história aconteceu anos antes de a novela ir ao ar.

Foi em um período em que não havia muita informação disponível sobre a leucemia que Albertina Porto dos Santos e Claudionor David, moradores da comunidade do Barracão, descobriram que seu filho Claudionor Júnior, então com três anos de idade, tinha a doença, também conhecida como câncer no sangue. “Mas o que era leucemia? A gente sequer sabia o que era isso. Quando questionamos, disseram que se tratava de um câncer. Foi quando pereceu que caiu o chão. Até porque na época tudo que sabíamos é que o câncer era apenas questão de tempo para a morte”, comenta David.

Ainda hoje, o tratamento custa um alto valor. E foram 15 anos de longas viagens, internações, entre outros procedimentos, até que fosse alcançada a cura. “Somente com o meu trabalho, eu não teria condições de pagar tudo isso. Fui obrigado a fazer pedágios, fiz rifa. Fiz de tudo pelo meu filho. Cheguei a também vender tudo que eu tinha”, relata o familiar.

“Só um milagre”

Para a família, a conquista da recuperação de Júnior é considerada como um milagre. Mas, independente da forma como ocorreu a recuperação, a família não esquece as dificuldades para suportar toda a pressão que esse momento trouxe. “Foi somente Deus. Foi ali que tivemos que nos agarrar e torcer pela recuperação dele, para que viesse a cura. Tivemos que ter muita fé”, comenta Albertina, que é evangélica, mesma religião do marido.

Projeto

Hoje, Júnior tem 28 anos de idade. Em função da doença e do intenso tratamento, combinados a uma meningite que deixou sequelas, ele ainda não sabe ler e escrever por completo. Consegue identificar algumas letras, porém precisará de aulas. E é isso que o jovem está pretendendo para o próximo ano. “Quero muito aprender a ler e a escrever. Não gosto de ficar parado, gosto de sempre estar fazendo alguma coisa. Inclusive já trabalhei em mercado, para estar fazendo algo”, declara o rapaz, exemplo de superação.

 

Especial Jornal Gazeta

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