Envenenamento de animais cresce em Içara

Em menos de um mês, Helena Rossi teve cinco cachorros mortos por envenenamento. Ela, que é moradora do bairro Liri, na cidade de Içara, conta que a situação tomou uma proporção gigante e que medidas precisam ser adotadas para que animais indefesos não sejam vítimas de pessoas com más intenções. O último caso aconteceu na segunda-feira pela manhã. Helena conta que saiu para ir ao supermercado fazer umas compras e, antes mesmo de chegar, a filha ligou dizendo que seus três cachorros estavam morrendo.

“Eu voltei correndo para casa, foi questão de minutos. Eles deram uma volta na quadra e retornaram espumando pela boca. A vira-lata menorzinha, que muito provavelmente ingeriu uma dose de veneno muito grande, acabou morrendo. Os outros dois eu consegui salvar com vinagre. Fiz eles ingerirem, acabaram vomitando e colocaram o veneno para fora. Foi muito triste ter que enterrar um animalzinho que não possui meios de se proteger, apenas morre de uma maneira extremamente cruel”, relata.

No bairro Jardim Elizabete a situação também se repete. A agente de saúde, Lurdete de Oliveira Dimas, conta que no último sábado quase perdeu mais um cãozinho que também foi vítima de envenenamento. “Por sorte ainda consegui salvá-lo. Mas gastei mais de R$400, com isso e ele teve que ficar internado algum tempo porque teve o fígado lesionado. É um caso revoltante, porque quem faz, faz por maldade. Colocam veneno em bolacha, salsicha e outras comidas e jogam para os animais que nem imagino que se trata de uma armadilha. Meu cachorro, um labrador, não morreu, mas uma outra que eu estava cuidando acabou sendo morta”, afirma.

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Içara, Rafael Marin Iasco, a Legislação é branda para esses tipos de crimes que, em sua maioria, são difíceis de serem solucionados. “Se pega em flagrante, a pessoa pode ser presa. Ela vai responder um Termo Circunstanciado que é tratado como menor potencial ofensivo. Ou seja, poderá ser julgada a prestar algum serviço comunitário. Infelizmente esse é um crime muito difícil de ser solucionado, porque para que se comprove que o cão foi de fato envenenado, é preciso fazer a necropsia do mesmo e poucos veterinários fazem”, relata. 

Ainda segundo o delegado, um senhor já foi acusado e julgado a prestar serviços comunitários em Içara e se vir a cometer novamente os crimes, será reaberto um novo processo. “Nesse caso não tivemos flagrante, mas tivemos uma denúncia e fomos até sua residência. No local, constatamos que ele tinha um pote como esse material para envenenamento onde molhava bolachas e dava para os animais. Agora se ele vir a cometer o crime novamente, será aberta uma nova investigação. Nós não podemos fazer nada mais além disso, porque é isso o que a Legislação determina”, pontua.

Como proceder com animais envenenados
Quando um animal ingere algum produto tóxico, nesse caso o veneno, a ação do dono precisa ser imediata. Mas, antes disso, é preciso compreender os sintomas do cachorro ou gato. Muitos podem apresentar apatia, não respondendo aos estímulos e tendo grandes mudanças de comportamento, outros sangram pela urina, alguns não conseguem ficar em pé e também não conseguem beber água. E, o mais comum dos sintomas, é a salivação excessiva, que é quando o animal espuma pela baco e em alguns casos vomita.

A médica veterinária Mariah Freitas explica o que pode e deve ser feito nesses casos. “Muitas pessoas dão vinagre, água oxigenada, água com sal, porque isso faz com que o animal vomite. Mas o que é preciso entender é que toda a pessoa que possui animal de estimação em casa, precisa ter também o carvão ativado. Que é um remédio que pode ser adquirido em farmácia ou até em pet shops que não deixa o organismo absolver o veneno”, relata. “E logo depois procurar um médico veterinário o mais breve possível”, acrescenta. 









Especial Jornal Gazeta

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