Seria impossível não abordar a representatividade do dia de hoje em qualquer pauta jurídica, afinal o reconhecimento da presente data como o dia internacional da mulher não aconteceu por acaso ou mera conveniência.
Pelo contrário, essa data representa um cenário diário de luta social e movimentos que buscam superar o contexto deficitário de direitos que as mulheres constantemente convivem. Sendo, para além de uma data romantizada, uma importante bandeira de reinvindicação de direitos e garantias, tanto jurídicas quanto práticas.
Nesse sentido, agradeço imensamente as palavras da advogada Nathália Amaral, mestranda e pesquisadora de diversas temáticas acerca do direito das mulheres, por elaborar a admirável e oportuna exposição que segue abaixo:
“O dia 08 de março foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas – ONU, no ano de 1975, como o dia Internacional da Mulher. Desde então, os dias que se aproximam da data são marcados pelos mais variados tipos de comemorações, promoções e campanhas, tudo em tom de agradar mulheres mundo afora.
Não que prestar homenagens, presentear mulheres seja um problema, muito pelo contrário, o dia precisa ser comemorado. Contudo, a festividade não deve invisibilizar as diferentes lutas que ainda mobilizam mulheres no mundo todo por direitos sociais, econômicos, políticos, sexuais reprodutivos entre tantos outros que ainda as colocam, diariamente, em extrema vulnerabilidade.
Desassimilar a cultura que responsabiliza com exclusividade mulheres aos cuidados básicos de seus dependentes, bem como da casa, em uma dupla/tripla jornada infinita e que não as perdoa do cansaço e da culpa são padrões que precisam ser revisitados com urgência, da mesma forma aqueles que as responsabilizam pelos mais variados tipos de violências sofridos.
Ser mulher é um desafio, embora o que já foi conquistado. Ser mulher é transitar no caos sem, na maioria das vezes, condições dignas para tanto. Ser mulher é desconstruir espaços, estereótipos e condutas que as objetificam. Ser mulher é construir uma história mais justa, digna, igualitária, respeitosa e inclusiva a cada dia.
Que façamos um dia 08 de março mais consciente e que no próximo ano possamos comemorar a data com outros avanços, com menos mulheres estigmatizadas, subjulgadas, violentadas e mais livres”.
Atenciosamente,
Matheus Bicca Menezes.