O curta-metragem “Intimidades”, da cineasta criciumense Beatriz Kestering Tramontin, teve a sua gravação na última sexta-feira. O curta trata da rotina, das diferentes intimidades que se tem nas relações e o dia a dia do universo das mulheres. Os ensaios e as preparações do trabalho iniciaram ainda em fevereiro, mas o filme apesar de ainda estar sem data definida, tem previsão de lançamento ainda neste semestre.
Conforme define Beatriz, “Intimidades” é um vídeoensaio. E para isso ela usa o argumento da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Consuelo Lins, que o gênero possui o ‘Traço específico de misturar experiência de mundo, da vida e de si’. “É um modo de imprimir e expressar a sua relação com o mundo”, analisa.
Para explicar as inspirações, ela afirma que há referências e inspiração com a música de Gilberto Gil, “Copo Vazio” e ainda uma situação íntima de uma relação afetiva com uma pessoa. “Não somos íntimos de todo mundo ao mesmo tempo. Compartilhamos intimidade com as pessoas de modo diferente, de intensidades diferentes”, afirma.
Processo
Beatriz lembra que realizar um filme “é um processo que acontece”. Lembrando que inicia com uma ideia, passa para um roteiro, ensaio e a execução. “Nunca é um processo fechado”, afirma explicando a evolução de entendimento que vai acontecendo até a finalização.
“O filme, para além dessas relações de intimidade com o outro e consigo. Acho que há camadas. De quem cuida da criança, quem tem esses momentos de descanso, como é que se dá esse momento entre a mãe e o momento de descanso dela”, comenta.
A produção do filme é composta prioritariamente por mulheres. Além da direção Beatriz Kestering Tramontin, o filme tem atuação de Dori Búrigo, com direção fotografica de Ana Bertolina, figurinos e direção de arte de Bruna Speck, com montagem de som de Raquel Xavier, edição, montagem e finalização de Lara Andrade Fachin e produção de Antonio Rozeng. O projeto para realização do filme foi contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo, por meio da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), e do Governo Federal por meio do Ministério da Cultura.
A atriz Dori Búrigo comenta que tudo é uma experiência muito importante principalmente por ser um filme realizado por mulheres. “Isso colabora com o desenvolvimento e despertar as atenções para o audiovisual feito por mulheres”, sublinha. Ainda segundo Dori, atuar em “Intimidades”, foi uma experimentação desafiadora pelas inúmeras indagações sobre a personagem. “Surgem questionamentos sobre o que é a personagem, ou se ela passa a ser apenas uma coadjuvante diante dos outros elementos, como o suco, o copo vazio, o copo cheio, ou mesmo, o próprio tempo”, afirma.
Colaboração: Antônio Rozeng