Calor, sol, mar, paisagens exuberantes e muitas atrações turísticas. Combinação perfeita no verão. Não é à toa que milhares de turistas de todo o Brasil e do mundo procuram as cidades catarinenses, em especial as litorâneas, para aproveitar a estação mais quente do ano. No entanto, alguns hábitos deste período, em conjunto com o aumento da população flutuante, podem resultar em um crescimento no número de casos de algumas doenças transmitidas de pessoa a pessoa, entre elas as doenças diarreicas agudas (DDA), as popularmente chamadas viroses de verão.
Doenças diarreicas agudas
As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais. O principal sintoma costuma ser o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, acompanhada ou não de náuseas, vômito, febre e dor abdominal, podendo durar até 14 dias.
Elas podem ser causadas por vírus, bactérias e parasitas e costumam infectar a população em decorrência do descuido com a higiene, como não lavar as mãos com frequência, especialmente antes de se alimentar; da ingestão de alimentos de procedência desconhecida, com destaque para os frutos do mar, ou bebidas produzidas com ingredientes contaminados; pela falta de conservação térmica de comidas, que favorece a multiplicação de microrganismos e a liberação de toxinas que causam danos à saúde; ao tomar banho em praias impróprias ou em rios/córregos poluídos. Sendo assim, alguns cuidados são necessários para evitar o adoecimento e a transmissão para outras pessoas, como:
- Cuidar com a qualidade da água ingerida que deve ser tratada, fervida ou mineral;
- Evitar a ingestão de frutos do mar crus, carnes mal passadas, especialmente sem saber a procedência;
- Ao levar alimentos para a praia, cuidar da higiene e manter a refrigeração adequada;
- Não consumir sucos, batidas, caipirinhas e outras bebidas não industrializadas sem saber a procedência dos ingredientes utilizados;
- Não consumir alimentos fora do prazo de validade, mesmo que aparência seja normal;
- Não consumir alimentos que pareçam deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados, mesmo que estejam dentro do prazo de validade;
- Higienizar as mãos com frequência, especialmente antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular e preparar os alimentos, amamentar e tocar em animais;
- Não frequentar locais com condição imprópria para banho.
É importante destacar que a doença pode causar desidratação leve à grave, sendo que crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são mais vulneráveis e têm mais chances de evoluir para gravidade. Principalmente nestes casos é importante monitorar os sintomas, não se automedicar e, caso necessário, procurar uma unidade de saúde para realização do tratamento adequado.
Monitoramento contínuo
Em virtude do aumento do número de casos registrados no mesmo período do ano passado, as áreas que compõem a Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV) têm trabalhado em todas as frentes para prevenir a ocorrência de novos surtos da doença.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) realiza o monitoramento de casos e orienta os municípios na investigação epidemiológica na ocorrência de surtos, a fim de identificar o agente etiológico causador e interromper a cadeia de transmissão. A investigação dos casos é realizada em parceria com a vigilância sanitária que tem a função de fiscalizar os estabelecimentos, orientar os processos de desinfecção dos ambientes e realizar a coleta de alimentos e água.
A situação epidemiológica das DDA pode ser conferida no boletim semanal divulgado pela DIVE. Confira aqui o último boletim (01/2024).
Já o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC) realiza a vigilância laboratorial das doenças diarreicas agudas e de transmissão hídrica e alimentar e, a partir do ano de 2022, foi instituída uma cooperação técnica entre o Lacen/SC e o Instituto de Meio Ambiente (IMA) onde são realizados, adicionalmente à balneabilidade, a vigilância da presença de vírus em amostras de água coletadas de rios que desaguam no litoral de Santa Catarina e água do mar.
Fonte: Rede Catarinense de Notícias