“No meu tempo não era assim. No meu tempo de criança, a gente não tinha dinheiro para comprar os brinquedos, então tínhamos que fazer tudo. Tudo que a gente brincava, a gente tinha que fazer”, disse a avó para a sua neta, em um trecho da apresentação teatral realizada na tarde dessa terça-feira, na Praça da Igreja Matriz São Donato, no Centro de Içara.
A contação de histórias é protagonizada pela dupla Ana Maria Manaus Teixeira e Elisângela da Silva Machieski, com a proposta de resgatar brincadeiras antigas, que se perderam com o tempo e com a tecnologia, mas seguem vivas na lembrança de quem aproveitou esta época.
Embora fosse algo mais voltado às crianças, os adultos que passavam pelo local paravam e também prestigiavam as apresentações. O fato é que a recordação das brincadeiras traziam junto lembranças da realidade vivenciada nas suas infâncias e adolescências.
Esse é o caso, por exemplo, do aposentado Agenor Lucca da Silva, de 74 anos, morador de Boa Vista. “Gostei muito das apresentações que foram feitas, me emocionei. Porque era algo que eu brinquei durante toda a minha infância. Foi uma recordação bem legal. Hoje a gente não vê mais as crianças brincar”, afirma.
Peça é apresentada em todo Estado
A peça leva o nome de “No meu tempo era assim”, com o slogan “Quer descobrir os tesouros infantis de nossa região?”, e circula pelo Estado com recursos obtidos através do prêmio Elizabete Anderle de Estímulo à Cultura. De acordo com as propositoras, a ideia desta apresentação teatral começou a ser elaborada há dois anos.
“O projeto nasceu há dois anos, quando trabalhávamos no Museu de Balneário Rincão e naquela época fizemos uma pesquisa histórica sobre brinquedos e brincadeiras de antigamente, com um recorte cultural de 1940 a 1970. E esta pesquisa resultou em uma cartilha e uma contação de histórias. Agora então estamos circulando, mostrando essas brincadeiras”, conta Elisângela.
Especial Jornal Gazeta