Após semanas de atraso na entrega de doses da AstraZeneca/Fiocruz para o Ministério da Saúde, a falta de imunizantes contra a Covid-19 vai causar efeitos práticos em Santa Catarina. Sem o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), o laboratório ficou quase um mês sem enviar vacinas ao SUS, o que pode impossibilitar a aplicação da segunda dose (D2) no tempo programado.
Diante da falta de doses, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) recomendou que os municípios agendem a aplicação da D2 com intervalo de 12 semanas, e não mais 10, como havia sido indicado anteriormente. O encurtamento do intervalo ocorreu em julho e teve como justificativa o aumento da oferta de vacinas.
Santa Catarina distribui nesta segunda-feira (20) 91.805 doses de AstraZeneca para D2, além de outros imunizantes. O lote de AstraZeneca enviado representa 62,5% do quantitativo distribuído para D1 a partir de 1º de julho, de pouco mais de 147 mil doses. Ou seja, faltariam mais de 50 mil doses para cobrir o esquema vacinal que completa 12 semanas na próxima quinta-feira (23).
Além disso, há ainda 72 mil doses de AstraZeneca já distribuídas que demandam D2 para as próximas semanas. Nos cálculos da SES, Santa Catarina precisaria receber 130 mil doses do imunizante para equilibrar as contas.
A orientação da SES para utilizar o intervalo antigo está na nota técnica enviada aos municípios na última semana. O texto diz que a pasta recomenda que “a aplicação da D2 da vacina AstraZeneca/Fiocruz seja agendada para o prazo máximo previsto pelo PNI [Plano Nacional de Imunizações], que é de 12 semanas, até que os estoques sejam regularizados pelo Ministério da Saúde”.
Colaboração: Rede Catarinense de Notícias