Esperar na fila para ter o direito de passar por uma cirurgia pela rede pública de saúde não é algo novo, são diversos os casos de pessoas que passaram meses e até mesmo anos aguardando para ter esse direito garantido. São pacientes como André Casagrande, de 34 anos, morador do bairro Liri, em Içara. Ele sofre de osteonecrose bilateral e precisa de um procedimento para a correção no quadril, problema que dificulta a movimentação, além de causar fortes dores.
Ele comenta que já está na fila de espera há mais de dois anos. Mas entre os primeiros sintomas até a confirmação do diagnóstico foram mais dois anos, aproximadamente. Desta forma, são praticamente quatro anos de angústia. “Não quero que outras pessoas sofram o que estou sofrendo também. Quantas pessoas com câncer devem estar esperando pelo tratamento correto e não estão tendo? Quem tem condições de bancar financeiramente vai lá e faz. Mas onde se arruma R$ 70 mil, como é o meu caso, para conseguir fazer esta cirurgia?”, questiona.
Para conseguir suportar as dores, André conta que toma diversos tipos de remédios, alguns deles à base de morfina, um gasto que muitas vezes se aproxima de R$ 2 mil. “Mas esses remédios acabam que detonando outros órgãos do corpo, como o fígado, o estômago, até a mente da pessoa. É um tratamento muito pesado, e se eu não tomo essas medicações, vivo com uma dor insuportável durante todo o dia”, completa.
Conforme o paciente, ele chegou a estar na posição de número cinco para realizar a cirurgia, porém aparece atualmente em 82º. Conforme informações do setor de controle da secretaria, em julho de 2017 houve mudança na forma de gerenciamento das listas, a partir da instituição do Sistema de Regulação (SisReg) do Ministério da Saúde. Com isso, as filas deixaram de ser organizadas pelo município e passaram à responsabilidade do Estado. A secretaria ainda ressalta que a posição de número 82 considera os 45 municípios da região Sul de Santa Catarina – em Içara, ele é o 11º da lista.
Especial Jornal Gazeta