Amor em quatro patas: visita de cãozinho traz memórias e alegria aos idosos

A chegada de um cachorro a um ambiente sempre desperta sorrisos, mas, para os idosos, essa experiência vai muito além de um momento de alegria. O contato com os animais resgata lembranças, desperta emoções e fortalece conexões já vivenciadas, tornando-se uma poderosa ferramenta de estímulo e bem-estar. No Florence Residencial Geriátrico, em Içara, a visita do cãozinho Sheldon, de 18 anos, trouxe exatamente isso: afeto, recordações e muita interação entre os residentes.

A iniciativa faz parte do trabalho realizado por Júlia Geórgia Soares Chagas, biomédica gerontologista, que promove estímulos físicos, cognitivos e emocionais aos idosos do residencial. Segundo ela, a chamada pet terapia vai muito além da companhia de um animal. “O objetivo é fazer com que eles interajam com o cãozinho e que esse contato desperte memórias. Durante a atividade, faço perguntas sobre os pets que eles já tiveram e muitos chegam até a chamar o Sheldon pelo nome de seus antigos cachorros. É um momento de reencontro com um amor passado”, explica.

Para muitos idosos, essa experiência tem um significado ainda mais especial. Muitos deles, ao longo da vida, sempre conviveram com animais, mas, ao mudarem para um residencial, passaram a sentir falta desse vínculo. “Pensar que eles eram pessoas ativas, tinham seus próprios animais e, de repente, pararam de ter esse contato, pode ser doloroso. Quando eles veem o Sheldon, é como reviver um carinho que nunca deixou de existir. O amor pelos animais permanece, e esse reencontro é carregado de emoção”, comenta Júlia.

A primeira visita do Sheldon foi recebida com entusiasmo e emoção pelos idosos. De tempos em tempos, Júlia leva seus cães para novas interações, sempre respeitando o tempo e o conforto de cada residente. “A ideia é que esse contato aconteça de forma leve e natural. Quando o cachorro chega, não é somente um animal entrando no ambiente, mas uma lembrança viva de histórias, momentos e afetos que marcaram suas vidas”, destaca.

Além do estímulo emocional, a presença dos cães também contribui para o bem-estar geral dos idosos, ajudando na redução da ansiedade, no estímulo cognitivo e no fortalecimento de vínculos. “É um carinho puro, sem julgamentos, que toca a alma e aquece o coração. E isso, para eles, vale mais do que qualquer palavra”, conclui Júlia.

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