quinta-feira, 21 agosto, 2025
Ultimas noticias

88 anos de vocação e cuidado: o legado das Irmãs Escolares no Hospital São José

Agosto é o Mês Vocacional e, para o Hospital São José, é impossível falar de vocação sem lembrar da presença incansável e inspiradora das Irmãs Escolares de Nossa Senhora. Há 88 anos, elas dedicam sua vida, seus talentos e seu coração para cuidar de quem chega ao hospital em busca de tratamento, conforto e esperança. Cada Irmã que por aqui passou deixou seu legado como gestora ou profissional da saúde, doou seu coração à instituição, mantendo viva a missão de acolher e cuidar com amor, respeito e dignidade, especialmente os mais necessitados.

Hoje, a comunidade religiosa do hospital conta com 12 irmãs que se dedicam integralmente à instituição, atuando em diferentes setores e levando, além da competência profissional, a presença que consola e fortalece.

 

Irmã Libera Mezzari: fé, liderança e serviço à vida

Com mais de 60 anos de vida religiosa consagrada como Irmã Escolar de Nossa Senhora, Irmã Libera Mezzari construiu uma trajetória marcada pela fé, pela entrega e pelo compromisso com o próximo. Destes, 22 anos foram dedicados diretamente ao Hospital São José (12 como Diretora e outros como Presidente) em uma missão que uniu gestão, cuidado e espiritualidade.

“Foi uma grande experiência, não apenas como profissional, mas também como ser humano. Vivi momentos de amizade, de cooperação e de formação de lideranças unidas e competentes. O trabalho no hospital, seja no setor administrativo ou no assistencial, é uma bela e desafiadora missão, muito significativa por estar a serviço da vida”, relembra.

Para ela, estar à frente do Hospital São José é estar no limite do encontro com a fragilidade humana. “Servir à vida humana em seus momentos de dor, de perda de sentido e de entrega exige mais que competência. É preciso ter um olhar de fé e um coração de amor para ajudar a curar toda espécie de dor. É uma missão que toca a alma”, comenta.

Ao refletir sobre sua vocação no mês de agosto, dedicado às diversas formas de servir, Irmã Libera explica. “Minha escolha foi pela Vida Religiosa Consagrada, ou melhor, acolhi a escolha que Deus me fez. Hoje, após esta longa trajetória, um olhar retrospectivo e introspectivo me faz dizer: obrigada, meu Deus. Eu não fazia ideia por onde este caminho me levaria. Hoje percebo que, sem mérito algum, fui convidada, escolhida para esta missão”. E completa, “a vida consagrada não é apenas um trabalho específico. É estar disponível, deixar-se modelar, entregar-se todos os dias. É ter Deus como herança, como terra prometida””, conclui.

A vocação que nasce no coração

Para a Irmã Silvia Regina Freitas, o chamado à vida religiosa nasceu como uma sementinha plantada desde a infância. “Sempre me perguntam como eu soube que minha vocação era ser Religiosa Consagrada. A vocação já está dentro de nós, como um pequeno grão, uma semente que Deus colocou na nossa personalidade”, conta.

Filha de uma família de cinco irmãos, Silvia cresceu num ambiente permeado de fé e valores cristãos, com pais que a apoiaram e orientaram no caminho do bem. “Minha tia, Irmã Maria Adélia Freitas, da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, dedicou sua vida no Hospital São José. Ela foi um exemplo muito forte para mim desde criança”, relembra.

Na Primeira Comunhão, a chama vocacional se acendeu, mas foi na adolescência que enfrentou dúvidas e questionamentos, deixando a semente “em stand-by”. “Mas o desejo voltou com força, porque minha família respirava um clima vocacional, oração pelas vocações, terço, compromisso com a missão da Igreja”, diz.

Ingressou no Juvenato no próprio Hospital São José, e dedicou-se à formação acadêmica e religiosa, acompanhada pelo apoio das irmãs e da família. “O mistério do chamado é grandioso, e fui amadurecendo minha vocação com passos firmes. Descobri que me satisfazia ser consagrada a Deus, servindo na missão de Jesus”, afirma.

Ao longo dos anos, Irmã Silvia respondeu a múltiplos chamados: atuou como professora, coordenadora pedagógica, iniciou comunidades religiosas, e foi responsável por casas de formação no Brasil e no exterior. Retornou ao Hospital São José em 2016, hoje atua no setor de Desenvolvimento Humano e Organizacional, e colabora com a Pastoral Hospitalar.

“Vale a pena gastar a vida olhando, acolhendo e ajudando as pessoas a alcançarem seu potencial. A vocação é um dom precioso que precisa encontrar eco nos corações generosos”, reflete.

Uma vida dedicada ao cuidado e à fé

Irma Cristiane Michels traz na sua trajetória um testemunho de fé, simplicidade e coragem. Nascida em uma família numerosa na Vila Maria, interior de Nova Veneza, a rotina diária da oração moldou seu caminho desde pequena. “Meus pais nos ensinavam a rezar antes das refeições, ao acordar e ao dormir. Isso foi formando a base da minha fé”, conta.

Aos 15 anos, iniciou sua formação religiosa no Rio Grande do Sul. Nos primeiros anos, dedicou-se à docência, lecionando em diferentes cidades gaúchas. Contudo, sua vontade de cuidar das pessoas a levou a buscar a enfermagem. “No começo, nem todos acreditavam que eu tinha jeito para isso. Fiz um estágio no Hospital São José e, depois de 15 dias, todos disseram ‘nota 10!’. Ali soube que era isso que eu queria”, recorda.

Formou-se como auxiliar de enfermagem e, aos 36 anos, concluiu a faculdade em Tubarão. Durante sua trajetória, foi gerente de enfermagem no Hospital São José, professora na escola técnica de enfermagem e coordenadora de equipes. Passou ainda por Brasília e Curitiba, atuando na Pastoral da Criança e visitando diversos países, incluindo a Alemanha (berço da congregação) e Roma, onde aprofundou sua missão.

Retornou ao hospital em 2001 e, mais tarde, dedicou-se integralmente à Pastoral Hospitalar, visitando pacientes, levando eucaristia, acolhendo famílias e promovendo momentos de oração. “Já vi curas da alma acontecerem quando alguém perdoa ou é perdoado. Isso me toca profundamente”, compartilha.

Mesmo diante dos desafios, Irmã Cristiane nunca duvidou da importância da oração para sustentar a vocação, seja ela qual for. “Faria tudo de novo. A oração é o que sustenta a gente nos momentos difíceis”, enfatiza.

O legado que pulsa no Hospital São José

Desde a fundação da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, em 1833, na Alemanha, até sua chegada a Criciúma, a missão de cada religiosa tem sido compartilhada por meio da educação, serviço, excelência e coração. No Hospital São José, essa missão se traduz em 88 anos de assistência dedicada, humanizada e ética.

As Irmãs são reconhecidas como o “coração e alma” do hospital, movendo-se segundo o Coração de Jesus, com oração persistente, amor constante e cuidado dedicado. Elas lutam para que todos que chegam tenham acesso à saúde com dignidade, respeito e o melhor tratamento possível.

“Neste Mês Vocacional, queremos agradecer a cada uma que já fez parte dessa história. Que trouxe seu testemunho de fé, entrega e amor e continuou a inspirar novas vocações e corações dispostos a servir. Cada passo dado nos corredores, cada oração silenciosa, cada gesto de cuidado e cada decisão tomada em favor da vida deixaram marcas profundas na história do Hospital São José. Cada pessoa que aqui passou auxiliou a construir um espaço onde a presença de Deus é sentida no acolhimento, no respeito e na esperança oferecida a todos que aqui chegam. Que esse legado continue vivo, motivando novas gerações a responder com coragem ao chamado para servir”, finaliza a diretora institucional do HSJosé, Irmã Terezinha Buss.

Celebração especial

Para lembrar este momento especial, foi celebrada nesta quinta-feira, dia 21, uma missa especial com a presença das Irmãs Escolares de Nossa Senhora. A celebração reuniu religiosas, direção, amigos e colaboradores do HSJosé.

Gostou da notícia então compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Mais lidas da semana

Noticias em destaque

Noticias

Outros links uteis