Em 2015, eram registrados por mês, em média, três novos casos de agressão contra a mulher em Içara. Dois anos depois, esse número mais que dobrou. Conforme informações da Secretaria Municipal de Assistência Social, Habitação, Trabalho e Renda, atualmente a média fica em sete registros. Com o objetivo de ampliar a informação à comunidade e espalhar a orientação, a Coordenadoria da Mulher da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação desenvolve na cidade o projeto Mulher Viver sem Violência.
“Violência contra a mulher é algo que não pode mais acontecer. A gente tem a responsabilidade de fazer com que isso acabe. Para isso, temos que levar as informações e os serviços de prevenção que estão disponíveis nos municípios, sendo um trabalho de acolhimento e de atendimento especial às mulheres”, descreve a coordenadora estadual do projeto, Aretusa Larroyd. Segundo ela, Içara é o 101ª município catarinense a receber a iniciativa.
O projeto caracteriza-se pela presença de um ônibus lilás, onde são realizados atendimentos de forma diferenciada e individualizada a quem busca o serviço. A participação em Içara iniciou nessa quinta-feira, com atuação na comunidade de Boa Vista, e seguirá até esta sexta, com atendimento em Esplanada.
E de acordo com Aretusa, há explicação para que as ações aconteçam em comunidades do interior, como é o caso dos dois bairros içarenses. “A violência no campo ocorre de forma muito silenciosa, porque as casas estão distantes uma das outras, então fica muitas vezes mais difícil que um vizinho possa identificar que ali está acontecendo violência”, aponta. Entretanto, a coordenadora observa que a violência não escolhe “classe social, credo, cor ou qualquer situação específica”.
Especial Jornal Gazeta