A Unesc deu um importante passo na inovação tecnológica e acadêmica ao concluir a primeira fase do projeto de Rastreabilidade da Central de Material e Esterilização. A solução digital, construída com a gestão do Centro de Inteligência Tecnológica e Operacional (Cito) e uma das suas squads – equipes – de estudantes participantes do programa Unesc Lab – laboratório de inovação tecnológica da instituição -, já está transformando a rotina das Clínicas Integradas, possibilitando a digitalização de processos,o que aumenta a segurança e aproxima os estudantes da realidade do mundo do trabalho.
O projeto nasceu da necessidade de modernizar a gestão de materiais esterilizados, um processo essencial para a garantia de segurança em procedimentos de saúde. Com o sistema em funcionamento, as Clínicas Integradas da Universidade agora iniciam o rastreamento de cada item utilizado, desde a esterilização até o uso pelos profissionais e acadêmicos.
“Antes, utilizávamos um processo físico que atendia às normativas, mas era lento e pouco eficiente. Agora, com o modelo digital, garantimos agilidade, rastreabilidade e conformidade com as exigências da Vigilância Sanitária. É um salto de qualidade que beneficia todos: pacientes, estudantes e profissionais”, destaca a coordenadora das Clínicas Integradas Carine Cardoso, salientando que o processo ainda está na fase inicial de implantação. Para ela, esta é uma iniciativa tecnológica robusta e que promete transformar a gestão e operação no setor, entregando mais eficiência e segurança.
Registro completo
O sistema inclui funcionalidades inovadoras, como gestão e otimização dos espaços de armazenamento inteligente, etiquetas QR Code e scanners que registram e monitoram o ciclo completo de cada material. Com isso, é possível acompanhar em tempo real quem usou o equipamento, quando ele foi esterilizado e onde está armazenado, trazendo ainda mais segurança sanitária para a comunidade que utiliza os serviços das clínicas integradas.
Aprendizado real na prática acadêmica
Os acadêmicos de Ciência da Computação tiveram papel fundamental no desenvolvimento do sistema, aplicando metodologias ágeis e tecnologias de ponta utilizadas pelo time de desenvolvimento da Instituição. Sob a orientação do Cito e do CitoLab, eles transformaram a teoria em prática, criando uma solução eficiente e alinhada às demandas reais do mercado.
“Participar do CitoLab nos colocou em contato com desafios reais, que espelham as demandas do mercado. Tivemos a oportunidade de aprender mapeamento de jornada do usuário, automação de processos e a usar ferramentas como Laravel e TailwindCSS. Foi uma experiência maravilhosa”, afirma o acadêmico da 4ª fase de Ciência da Computação, Jorge Luiz Martendal Pusiski.
“Pude expandir muitos dos meus conhecimentos na área de programação, além do contato com profissionais formados e experientes que fazem total diferença na nossa trajetória. É uma experiência muito boa poder conciliar os conteúdos aprendidos em sala com a prática do estágio”, salientou a estudante Raissa Kestring Salvaro, que está na 2ª fase do curso.
O professor Diorgines Mattos, um dos responsáveis pelo projeto, destaca o impacto formativo da iniciativa: “Além de todo o aprendizado técnico, os estudantes desenvolveram competências como trabalho em equipe, solução de problemas e adaptação a novas tecnologias. Essa vivência agrega um diferencial competitivo para o futuro profissional de cada um”, comentou ele.
Além disso, o sistema é um exemplo prático da aplicação da Graduação Multi, metodologia que valoriza o aprendizado ativo e interdisciplinar. “O projeto desenvolvido para a Central de Material e Esterilização (CME) vai muito além da modernização dos processos internos. Ele oferece aos nossos estudantes a oportunidade de se familiarizar com metodologias e ferramentas modernas já utilizadas pela própria Instituição. Dessa forma, eles participam de todas as etapas da criação de um produto digital: desde a ideação com os usuários, passando pela prototipação, desenvolvimento, testes, até a implantação. Essa vivência prática os prepara para enfrentar os desafios de um mercado dinâmico e competitivo, ao mesmo tempo em que enriquece a formação acadêmica com experiências reais e alinhadas às demandas do setor”, pontua o líder técnico do projeto, Fabrizio Colombo Machado.
Inovação
O projeto CME é apenas o começo. Com novas fases de desenvolvimento previstas no Roadmap – planejamento estratégico – de transformação digital da Unesc, a iniciativa promete expandir sua atuação, aprimorando a gestão de materiais esterilizados e incorporando novas funcionalidades.
Inserido no pilar “Sistemas”, o plano prevê que o CitoLab mantenha duas equipes constantemente ativas, criando uma esteira contínua para o desenvolvimento de competências. Esse modelo atende às demandas internas da universidade, incluindo o desenvolvimento do novo sistema SAU, que beneficia toda a instituição.