Grupos compostos por acadêmicos de Fisioterapia e Medicina realizam atendimentos todas as semanas na entidade
O combate ao câncer é uma luta que transcende o tratamento médico, abrangendo o suporte emocional e o bem-estar físico das pacientes. Em Içara, a Rede Feminina de Combate ao Câncer desempenha um papel fundamental nesse desafio, oferecendo assistência vital às mulheres em tratamento. Nesse cenário, os estudantes do curso de Fisioterapia e de Medicina da Unesc assumem um papel fundamental, realizando estágios que não apenas aprimoram suas habilidades clínicas, mas também a qualidade de vida das pacientes em reabilitação.
Todas as quartas-feiras, graças à parceria entre a Unesc e a Rede Feminina de Combate ao Câncer as pacientes têm acesso a uma variedade de tratamentos que abrangem desde exercícios terapêuticos e fisioterapia pélvica até atividades aeróbicas e sessões de yoga. Já nas terças-feiras e sextas-feiras os acadêmicos do curso de Medicina aprimoram seus conhecimentos junto aos médicos mastologistas e radiologistas.
Essas terapias combinadas proporcionam alívio e bem-estar às pacientes, como são os casos de Eliane Silveira Corrêa, de 51 anos, e Marlene Calegari Corrêa, 55 anos, que destacam o impacto positivo desse cuidado abrangente.
Eliane, que foi diagnosticada em julho deste ano, enfatiza a importância de se cuidar e aproveitar o apoio vital. Marlene, que também recebe atendimento psicológico, compartilha como os exercícios personalizados têm sido uma parte fundamental de sua jornada para se sentir bem consigo mesma.
“Sou atendida com grande cuidado. Eu não realizava mamografias regularmente e a descoberta foi inesperada, ocorrendo enquanto eu estava tomando banho. Agora, estou acompanhando o progresso do meu tratamento, mas todas as quartas-feiras estou aqui, recebendo esse apoio essencial”, disse Eliane.
“Desde que comecei a frequentar este lugar, tenho sido acolhida com grande carinho e atenção. O que realmente fez a diferença para mim, além do afeto, são os exercícios personalizados que recebo. Após cada sessão, sinto-me revigorada, mesmo durante as semanas em que enfrento a quimioterapia, que traz mudanças em meu corpo. É uma prioridade para mim comparecer e me exercitar. Isso não apenas alivia, mas também mantém nossa vitalidade, o que é essencial. Devemos perseverar e seguir adiante com a vida”, comenta Marlene.
Já Noêmia Maurício de Souza, 71 anos, outra beneficiária dos cuidados da Unesc, destaca a renovação que sente a cada sessão e a gratidão pelo progresso alcançado. “A cada encontro, sinto-me renovada e com mais energia. O apoio que recebo aqui me beneficia de maneira abrangente. Quando cheguei, até mesmo estender o braço era uma preocupação para mim. Hoje, testemunho minha própria evolução e sou profundamente grata por todo o progresso que alcancei”, conta Noêmia.
Qualidade de vida
O professor Germano Porto, responsável pelos estágios do curso de Fisioterapia na instituição, enfatiza que os estudantes oferecem atendimento personalizado às pacientes, adaptando seus cuidados de acordo com as necessidades individuais. Isso pode envolver terapias de movimento, exercícios terapêuticos, técnicas de relaxamento e aconselhamento sobre manutenção da mobilidade e qualidade de vida.
“A fisioterapia desempenha um papel importante na melhoria da qualidade de vida das pacientes com câncer. Ajuda a reduzir a fadiga, a dor e os efeitos colaterais do tratamento, contribuindo para uma sensação geral de bem-estar”, explica Porto.
“É uma experiência verdadeiramente enriquecedora. E isso é ainda mais especial devido ao ambiente acolhedor deste local. Atendemos diversos pacientes e cada encontro enriquece consideravelmente a nossa prática. Cada paciente traz consigo uma história única, e, por sua vez, aprendemos valiosas lições de vida de cada um deles”, acrescenta a acadêmica Luiza dos Santos Firmino.
Atendimentos
No decorrer deste ano, já foram realizados na Rede feminina de Combate ao Câncer mais de 100 atendimentos com fisioterapia oncológica, evidenciando o impacto positivo dessa abordagem no cuidado das pacientes. Além disso, a fisioterapia pélvica alcançou um marco impressionante, com 200 sessões já conduzidas.
A realização de exames de ultrassom de mama em 2023 totalizou cerca de 810, enquanto o ultrassom transvaginal atingiu 850 procedimentos. Consultas com mastologistas da Rede foram realizadas em um total de 240 casos. Destes, 90 biópsias foram conduzidas, e 24 delas apresentaram resultados positivos para o câncer.
Outros serviços, como as consultas de enfermagem, ultrapassaram a marca de três mil atendimentos, enquanto as coletas de exames preventivos alcançaram o número de 2.010. As práticas integrativas complementares oferecidas no local também atenderam a 200 pacientes. “É importante ressaltar que todos esses serviços são prestados de forma gratuita, enfatizando o compromisso com o bem-estar das pacientes”, finalizou a enfermeira responsável pelo local