Segundo Dalgalarrondo (2008), o quadro de ansiedade generalizada caracteriza-se pela presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por pelo menos seis meses.
A pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada. Nesses quadros são freqüentes sintomas como: insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se. São também comuns sintomas físicos como cefaléia, dores musculares, dores ou queimação no estômago, taquicardia, tontura, formigamento, e sudorese fria.
Segundo Holmes (2001), o TAG envolve ansiedade persistente geral que dura pelo menos um mês e não está associada a nenhum objeto ou situação em particular, devido a presença da ansiedade ser constante é extremamente incômoda para quem a sente.
De acordo com o CID 10 (Classificação de transtornos mentais e de comportamento), no caso do TAG o paciente deve ter sintomas primários de ansiedade na maioria dos dias, por pelo menos várias semanas e usualmente por vários meses. Esses sintomas devem envolver elementos de:
– Apreensão: preocupações sobre desgraças futuras, sentir-se “no limite”, dificuldade de concentração, etc.;
– Tensão motora: movimentação inquieta, cefaléias tencionais, tremores, incapacidade para relaxar;
– Hiperatividade autonômica: sensação de cabeça leve, sudorese, taquicardia ou taquipneia, desconforto epigástrico, tonturas, boca seca, etc.
Os pacientes em geral chegam à atenção do médico por volta dos 20 anos, sendo que apenas um terço dos pacientes com TAG busca tratamento psiquiátrico. Muitos pacientes buscam clínicos gerais, internistas, cardiologistas, pneumologistas ou gastroenterologistas, em busca de tratamento para o componente somático do transtorno.
ANSIEDADE NORMAL X ANSIEDADE ANORMAL
É provável que todos tenhamos experimentado ansiedade em algum momento da vida, o que não significa sofrermos de transtornos de ansiedade. Em muitos casos a ansiedade é uma resposta normal, adaptativa e até positiva. Por exemplo, a ansiedade pode servir como impulso que aumenta os nossos esforços para desempenhar algo. Por isso a importância de saber canalizar nossa ansiedade para situações produtivas ao invés de permitir que ela nos paralize frente às situações.
Segundo Holmes (2001), há três fatores a considerar ao fazer uma distinção entre ansiedade normal e anormal: O primeiro é o nível de ansiedade, por exemplo, é normal ficar um pouco ansioso em relação a voar, mas seria anormal se sua ansiedade fosse tão intensa que você desmaiasse quando entrasse em um avião ou que se recusasse a entrar em um avião.
O segundo fator a considerar é a justificativa para a ansiedade, pois a ansiedade de qualquer nível seria considerada anormal se não houvesse qualquer justificativa realista para a ansiedade na situação.
Em terceiro, a ansiedade é anormal se ela leva conseqüências negativas, por exemplo, a ansiedade que conduz a mau desempenho no trabalho, retração social, ou hipertensão (pressão sanguínea elevada).
E AFINAL, QUAIS AS CAUSAS DA ANSIEDADE GENERALIZADA?
Bem, muitas podem ser as causas da ansiedade, e como sendo algo subjetivo, depende das vivências e características de cada indivíduo. Mas acredita-se que a ansiedade possa originar-se de um problema interno do paciente (exemplo: um conflito não resolvido) e então a psicoterapia irá focar em ajudar o paciente a identificar e corrigir o problema.
É possível também que os pacientes com TAG estejam respondendo incorretamente aos perigos que percebem. Essa inexatidão seria gerada por uma atenção seletiva a detalhes negativos no ambiente, por distorções no processamento de informações e por uma visão negativa da própria capacidade de manejo.
Quanto ao tratamento, existe o tratamento psicoterápico e farmacológico, porém quando o tratamento é interrompido os sintomas podem reemergir. Para pacientes psicologicamente conscientes e motivados para compreender as fontes de sua ansiedade, a psicoterapia pode ser o tratamento de escolha.
Sarahuana Lourenço
Bacharel em Psicologia e Psicoterapeuta Corporal – CRP 12/14609