No ano passado, a temporada da tainha rendeu aos pescadores de Balneário Rincão, mais de 120 toneladas de peixe. Esse ano, no entanto, os números ficaram muito aquém do esperado. De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores Z-33, João Pícollo, esta foi uma das piores temporadas já registradas nos últimos anos. A estimativa é que no balneário, tenha sido pescado pouco mais de 20 toneladas.
“Oficialmente, a temporada da tainha encerrou agora no fim de julho, mas para os pescadores aqui do Rincão ela já acabou há muito tempo. Tivemos uma safra muito fraca e, posso dizer, frustrante. Eu estive reunido com presidentes de outras colônias e pude perceber que o problema também foi geral. Não conseguimos superar se quer as expectativas, quanto mais os números do ano passado”, relata.
Diversos são os fatores que podem ter influenciado na má safra. Segundo Pícollo, não há como precisar o motivo exato, mas o tempo foi um dos mais importantes. “Nós sempre dissemos que só os pescadores industriais é que estavam tendo bons resultados. Mas a pesca foi ruim inclusive para eles. E podemos trabalhar em cima de diversas hipóteses como a questão da temperatura. Tivemos um verão absurdamente quente e um inverno muito fraco, foram pouquíssimos os dias de frio. E precisávamos dele para que o peixe se aproximasse do nosso balneário”, pontua o presidente da Colônia de Pescadores.
Pescadora há 15 anos, Anadir Alceu Patrício relata que deu apenas para pegar alguns peixes de tarrafa para comer. “De tarrafa a gente sempre pega alguma coisa, mas de rede este ano foi mais difícil. Bem diferente dos outros anos que dava bastante coisa”, ressalta.
Para o pescador Rogério Feliciano Cardoso, não há dúvidas de que essa foi uma das piores safras de tainha. “Se é que pudemos dizer que tivemos uma, porque pouco foi pescado. Acredito que o fato de não termos tido frio foi o que mais influenciou. Porque quando a temperatura está muito baixa, em alto mar a água é bem mais gelada, então o peixe acaba se aproximando da orla em busca de águas mais quentes”, assinala.
Pesca da Anchova Já que a temporada de tainha não foi boa, a expectativa é que a de anchova, que inicia neste mês de agosto, traga melhores resultados aos pescadores. Segundo o presidente da Colônia Z-33, geralmente as anchovas vêm atrás das tainhas, mas isso não quer dizer que a safra será igualmente ruim.
“Não podemos criar expectativas ruins, aos contrário, precisamos nos manter esperançosos. E até onde eu sei, alguns pescadores já pegaram anchovas. Como a temporada vai até setembro, que é quando inicia a de curvina, acho que podemos ter grandes arrastões”, pontua João Pícollo. O tempo também será crucial durante a temporada da anchova. O pescador Rogério Cardoso explica que agora os pescadores torcem é por bons ventos para trazer o pescado. “Mais uma vez vamos depender do tempo. Na tainha precisávamos do frio, agora queremos que tenha bastante vento para mexer o mar e trazer o peixe para nós. Inclusive, já era para ter aparecido alguma coisa, mas por enquanto está fraco”, afirma.
Anadir também está aguardando uma temporada melhor. “A nossa expectativa é boa. Geralmente quando a anchova vem misturada com a tainha, depois é mais difícil para elas voltarem. Mas como essa semana não tivemos isso, então acredito que vamos sim tem uma boa safra”, completa.
Especial Jornal Gazeta/Foto: Lucas Jorge

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