quinta-feira, 28 novembro, 2024
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Procedimento contou com a participação de profissionais vindos do Rio de Janeiro e também da instituição de Criciúma

Um procedimento cirúrgico já é repleto de desafios e cuidados que precisam ser realizados para que ele ocorra da forma mais segura para o paciente e para a equipe que o realiza. No entanto, o desafio pode ser ainda maior, se esta cirurgia precisar ser realizada com o paciente acordado. Foi este o procedimento realizado com sucesso pelo médico neurocirurgião do Hospital São José, Luiz Antônio Lavradas, e um grupo de profissionais do Rio de Janeiro e também da região. A cirurgia foi realizada em uma paciente jovem, de 26 anos, que iniciou um quadro com crises convulsivas, e apresentou uma lesão intracerebral acometendo a área da fala. Devido a isso, por isso a necessidade de realizar a cirurgia com a paciente acordada, para avaliar a fala e reduzir o risco de déficit.

“Foi um grande desafio que contou com a importante participação de profissionais especializados no assunto. Além da equipe do HSJosé, contamos com um neurofisiologista, neuropsicólogo e um neurocirurgião especialista em cirurgia de epilepsia que vieram do Rio de Janeiro. A participação do anestesiologista também foi fundamental. Foi uma equipe preparada para este procedimento. Durante a cirurgia foram realizados testes de fala guiados por um neuropsicólogo e monitorizados por um neurofisiologista. Tivemos também um especialista em cirurgia de epilepsia durante o procedimento”, explica o neurocirurgião do HSJosé, dr. Luiz Antônio Lavradas.

De acordo com o especialista, o foco desta cirurgia é garantir que a paciente não tenha nenhum déficit durante o procedimento. “A área da lesão dela cometia a parte da fala e a área motora, então precisávamos ressecar o máximo da lesão que fosse possível com segurança, sem causar problemas a paciente. Isso garante tempo livre de doença e sobrevida a ela. Por isso, foi necessária toda essa monitorização intraoperatória com todos os profissionais. Foram feitos inúmeros testes durante o procedimento para verificar várias modalidades relacionadas à fala para que ela não tivesse nenhum prejuízo com relação a isso após a cirurgia”, explica dr. Lavradas.

Planejamento da cirurgia foi essencial

De acordo com o neurocirurgião especialista em cirurgia de epilepsia, dr. Gonzalo Castillo Pérez (CRM 52-101953-8 | RQE-36449), esta foi uma cirurgia bem planejada, há mais de um mês, por uma grande equipe, onde cada um fez seu papel. “Foram feitas avaliações online e também presencialmente. Falamos tudo para ela o que seria feito durante o procedimento, já que a paciente estaria acordada, ouvindo tudo o que se passava na sala cirúrgica. Isso dá mais segurança a paciente e nós, como médicos, também sentimos uma maior confiança e ficamos mais à vontade para operar as áreas eloquentes (que são as áreas do cérebro que, se tocadas, podem levar a um traumatismo permanente e sequelas irreversíveis”, explica o neurocirurgião.

Com a paciente acordada, por meio da monitorização eletrofisiológica, foi possível realizar este procedimento de uma forma segura. “Estimulamos a área da parte motora, que controla os movimentos, a área da fala e com isso íamos estimulando e tirando o tumor, até chegar em áreas bastante eloquentes, perto do tumor, e que sabíamos que não poderíamos ressecar, já que o paciente ficaria com déficit permanente”, comenta dr. Gonzalo.

“Esta é a grande vantagem de fazer uma cirurgia com o paciente acordado. Não precisamos ficar esperando o despertar do paciente para ver como a cirurgia ficou. Estamos preparados para tudo neste tipo de cirurgia. Mas lógico, a estrela do procedimento cirúrgico é o paciente. É ele quem dita o que vamos fazer, até onde podemos ir. Foi uma cirurgia de sucesso que espero que possamos continuar fazendo em Criciúma com esse preparo. Muitos hospitais fazem a cirurgia com o paciente acordado, mas a realizada aqui no HSJosé foi muito bem preparada”, complementa o profissional.   

Colaboração: Jessica Pereira – Assessora de Comunicação

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