Autores do Boletim do Emprego Formal, contratado pela Associação Empresarial de Criciúma – Acic -, os economistas Leonardo Alonso Rodrigues e Alison Fiuza apontam que o mercado de trabalho vem demonstrando um forte dinamismo neste ano, tanto no Brasil como em Santa Catarina. E isso vem se refletindo na mesorregião Sul do Estado.
Desta forma, o Sul catarinense se aproxima de 10 mil empregos gerados no ano. De janeiro a maio, foram adicionados 9.969 postos de trabalho com carteira assinada na mesorregião, o melhor desempenho para o período dos últimos três anos, conforme os dados do cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
“Seguindo a tendência dos últimos meses, maio foi mais um mês com números positivos sobre o mercado de trabalho formal no Sul do Estado, consequentemente, refletindo sobre o saldo acumulado no ano”, ressalta Rodrigues.
À frente desse processo está a indústria, responsável pelo acréscimo de 4.102 vagas nos primeiros cinco meses do ano. Mas os serviços vêm logo a seguir, contribuindo com 3.963 novos empregos no período, e todos os demais grupamentos econômicos registram saldo positivo no acumulado do ano.
Quando desagregado por segmentos específicos, o que somou o maior saldo de vagas foi o de Administração do estado e da política econômica e social (759) e, por outro lado, Comércio varejista de produtos novos não especificados (-163) foi o que registrou maior saldo negativo.
“Os números vinculados às atividades setoriais refletem também a melhora do crescimento catarinense. Como exemplo, o setor industrial cresceu 6,5% em termos de produção, o de comércio avançou 5,5% e os serviços 6,7%, em volumes de vendas, e as atividades turísticas cresceram 4,3% também em volume”, observa Fiuza. Essas comparações são do primeiro quadrimestre de 2024 em relação ao primeiro quadrimestre de 2023.
Região Carbonífera
Geograficamente, a liderança da geração de empregos formais na mesorregião pertence à Região Carbonífera, onde foram adicionadas 5.071 vagas de janeiro a maio, considerando os 12 municípios. Esse resultado é o melhor dos últimos três anos nessa base de comparação. Em maio, o estoque total chegou a 157.744 empregos na região.
Em relação ao acumulado do ano, todos os municípios que compõem a região mantêm positiva a geração líquida de empregos, sendo Criciúma o município que mais gerou empregos (2.173) e Treviso o de menor quantidade (64). Os setores que mais se destacaram foram também indústria e serviços, marcando 2.220 e 1.863 vagas, respectivamente.
“Para os próximos meses, a tendência é que o mercado de trabalho continue melhorando, mas não na mesma proporção do que se observou até este momento de 2024. Pairam no radar incertezas sobre o cenário das contas públicas nacionais e ainda há os impactos sobre a economia decorrentes dos desastres ocorridos no Rio Grande do Sul”, projeta Rodrigues.
“Além disso, temos de considerar um ambiente internacional com conflitos geopolíticos vigentes e, do ponto de vista econômico, políticas monetárias de economias fortes no mundo, principalmente dos Estados Unidos, ainda restritivas”, acrescenta.
Colaboração: Comunicação Acic