A ONG Amigo Bicho tem a continuidade dos trabalhos garantida somente até o fim deste ano. Pelo menos está é a possibilidade apresentada pelos integrantes da associação de defesa dos animais. Com apoio financeiro reduzido e altas despesas, a entidade planeja paralisar as atividades. “Até o fim do ano a gente vai tocar a ONG, como sempre fizemos. Mas estamos propensos a parar com tudo que estamos fazendo, porque não há apoio. Tudo o que recebemos de ajuda dá para cobrir muito pouco daquilo que é necessário. Sem ajuda, não tem como mantermos. A gente acaba tirando dinheiro do bolso para ajudar”, justifica o presidente da ONG, Carlos Alberto Fiorenza.

Ele afirma que todos os voluntários deixam outras situações para se dedicar aos animais. “A gente poderia estar em casa, fazendo o nosso trabalho de formiguinha, cada um cuidando do seu animalzinho e pronto. Mas abdicamos de tempo com nossos familiares para estar cuidando desses animais. Infelizmente, somente a vontade não basta, porque tudo o que se faz tem um custo”, ressalta.

Fiorenza observa que, embora os voluntários se disponham a ajudar, a responsabilidade com animais de rua é do Poder Público. “Além de a gente estar realizando um serviço que é dever do Poder Público, a única ajuda que recebemos hoje é a disponibilidade de um carro, sendo que somente aos sábados. Nos demais dias, temos que utilizar o nosso veículo particular para fazer uma ação à cidade”, aponta. “Quando conversamos, parece que eles entendem, mas ficaram de fazer uma licitação de viatura e até agora não veio”, completa.

“Vai ser uma pena para Içara e para os animais caso o trabalho acabe. Mas do jeito que as coisas estão, não tem como ficar. Se não mudar e passarmos a ter o apoio que é necessário, vamos fechar o ano, arrumar um jeito de pagar a dívida, e então dar baixa na associação”, pontua Fiorenza. “Temos muitas promessas, mas muito pouco é concreto. Isso é desanimador”, finaliza.

Especial Jornal Gazeta