O Sebrae/SC promove a cerimônia de premiação das ganhadoras da etapa catarinense do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. O anúncio faz parte da programação do Encontro entre Elas, que terá como abertura a palestra da analista comportamental Caroline Reis. O evento será realizado no dia 27 de setembro, a partir das 14h, no auditório do Sebrae/SC, em Florianópolis.
O objetivo do prêmio é valorizar e incentivar o empreendedorismo feminino no Brasil, reconhecendo o trabalho e a dedicação de mulheres que contribuem para o desenvolvimento do país. Desde 2004, a premiação homenageia empreendedoras com capacidade de inovação, visão de futuro, estratégia e gestão empresarial que, com seus negócios, geram impacto social e econômico na região em que estão inseridas. Além disso, busca inspirar outras mulheres a investir em seus sonhos e acreditar em seu potencial empreendedor.
“No empreendedorismo feminino, o poder do exemplo e da inspiração é muito importante. Dar visibilidade a mulheres que trilham uma carreira de sucesso como empreendedoras abre caminhos para muitas outras – o sucesso de uma dá exemplo para o sucesso de outras”, afirma a coordenadora do Sebrae Delas em Santa Catarina, Marina Barbieri.
A premiação é composta pelas etapas estadual, regional e nacional. As categorias contemplam Pequenos Negócios, Microempreendedoras Individuais (MEI) e Produtoras Rurais. Na etapa catarinense, seis empreendedoras, sendo três da categoria MEI e três de Pequenos Negócios, garantiram a sua classificação. “Infelizmente não tivemos finalistas na categoria Produtora Rural, pois os relatos das mulheres inscritas não alcançaram nota mínima estabelecida pelo Sebrae Nacional para o reconhecimento”, explica Marina.
Finalistas da categoria Pequenos Negócios
Ravine Gonçalves de Oliveira é finalista da categoria, com a Buuk Comunicação e Tecnologia, empresa sediada em Florianópolis, que une marketing e tecnologia em projetos de presença digital. Com uma história de altos e baixos, ela mostra a outras empreendedoras que as dificuldades existem, mas são contornáveis. “Foram quase 8 anos entre abrir o CNPJ de MEI e me tornar sócia de uma ME. Durante este longo período, houve de tudo: prestígio, muitos clientes, cargos importantes, convites relevantes, coluna no jornal, briga com sócia, processo judicial, diluição da empresa, dívidas impagáveis, retorno ao mercado formal e depois recomeços maduros. Já atendemos mais de 100 contratos, desde que recomeçamos e temos uma taxa de permanência de funcionários e clientes acima de 85%”, afirma.
Contar com o apoio da família e de uma rede de apoio para viabilizar um sonho podem tornar a jornada de uma empreendedora mais acolhedora e confortável. Foi o caso de Tatiana Pavei da Silva, finalista da categoria Pequenos Negócios e empresária da Reino Vegetal Paisagismo, varejista e prestadora de serviços de jardinagem, localizada em Içara, Santa Catarina. Filha de bióloga, ela cresceu em jardins, cursou Agronomia e se apaixonou pelo universo das plantas ornamentais. “Com a ajuda da minha mãe escolhemos o nome Reino Vegetal. Durante muitos anos ela foi meu braço direito. Por muitas vezes eu desacreditei, mas sempre tinha alguém acreditando por mim. Tive o apoio do meu irmão e um pai incansável, que distribuía cartões o tempo todo! Meu marido também emprestava o dinheiro que faltava. Receber apoio emocional da família foi muito importante para eu persistir. Foi então que, em 2004, o negócio se estabilizou e finalmente crescemos”, conta.
Vanessa Grohskopf é finalista da categoria Pequenos Negócios pela VA Design & Branding, escritório de design e tráfego pago de São Bento do Sul, mas que atende todo o Brasil. “Minha história de empreendedorismo é uma jornada inspiradora de paixão, determinação e perseverança. Desde cedo meu desejo de empreender já era evidente. Aos 10 anos já ajudava minha mãe nos afazeres do seu salão de beleza e tive a ideia de formalizar esse apoio, negociando para receber alguns trocados. Inicialmente, atuei sozinha, mas à medida que os projetos cresceram, vi a necessidade de expandir e contratar colaboradoras talentosas para me ajudar. O diferencial do meu negócio reside no compromisso contínuo com a excelência”, finaliza.
Finalistas da categoria MEI
As mulheres têm se destacado em diversos setores, e hoje, compõem quase metade dos MEIs do país, segundo levantamento do Sebrae. Claudia Roberta Schimendes Tiscoski, uma das finalistas do prêmio na categoria MEI com a Família na Trilha Operadora de Turismo de Aventura, em São José, viu na paixão por trilhas uma oportunidade para empreender. “O hábito de fazer trilhas era um lazer para toda a minha família. Hoje proporcionamos bem-estar às pessoas por meio de um contato revigorante com a natureza. Nossa empresa buscou aprofundar conhecimentos na etnobotânica e na técnica ‘banho de floresta’, filosofia japonesa de caminhar na natureza focando os sentidos em tudo o que ela pode oferecer”, explica. Ainda segundo Claudia, o empreendedorismo feminino é um sonho que se sonha junto, a partir da inspiração. “A jornada empreendedora, porém, pode muitas vezes ser solitária. Por isso busquei conexão com outras mulheres empresárias, desenvolvendo habilidades de gestão, além de networking”, diz.
Milena Luisa Rodrigues Alves, também é finalista na categoria MEI pela ML Gestão de Ideias e Projetos, em Florianópolis, que cria projetos e eventos para gerar relacionamento com famílias em ambientes corporativos. “Comecei a ser desafiada pelas empresas a compartilhar minhas ideias, experiências e habilidades realizando eventos que gerassem relações mais humanas com seus clientes, já que o que se oferecia no mercado ainda não tinha a vida e a cor que estes momentos em família pedem. Acredito que podemos criar um mercado fortalecido com profissionais capacitados a desenvolver projetos únicos e experiências incríveis”, conclui.
Já para outras mulheres, o caminho do empreendedorismo pode ser “menos romântico”, mas nem por isso menos recompensador. É o caso de Scheila Formigari, de Blumenau, proprietária da Mini Mam Comidinhas e também finalista na categoria MEI. Ela produz bolos e outros doces apenas com frutas para bebês. “Em 2015 meu primeiro filho nasceu. Na época, eu trabalhava em uma empresa há 11 anos e, logo que voltei da licença-maternidade, fui demitida. Em 2017, um tempo depois que meu segundo filho nasceu, comecei a procurar emprego, mas percebi que muitas empresas não gostam de contratar mães, principalmente com filhos pequenos. Eu sempre esbarrava nas perguntas: ‘Tem filhos? Qual a idade deles?’. Era evidente que não seria contratada. Comecei, então, a testar e desenvolver alimentos para bebês e percebi nisso uma oportunidade de negócio em minha própria cozinha, que me permite ficar mais tempo ao lado dos meus filhos e ainda ajudar outras mães, levando praticidade e saúde para suas casas”, relata.
Colaboração: NZBT Comunicação