Desde que foi criada, há nove anos, a Cooperativa de Reciclagem de Içara (Coperi), ainda não consegue gerar uma produção positiva. Isso porque, o material que é recolhido não é suficiente para gerar as toneladas necessárias para a venda. “Temos que esperar quase um mês para gerar uma produção boa”, explica uma das associadas, Joelma Medeiros Antonio.
Joelma tem uma pequena empresa de reciclagem, no bairro Cristo Redentor em Criciúma. É dela e de seu marido, o caminhão que está sendo usado para recolher os materiais no bairro Cristo Rei, único bairro de Içara que recebe a coleta seletiva. “A Prefeitura dá o óleo e paga dois funcionários uma vez por semana, meio período, para recolherem o lixo. Esse lixo recolhido nós levamos mais um período para fazer a triagem, então é tudo muito rápido, não dá para contar com essa renda para sobreviver”, lamenta.
Segundo ela, a maioria dos associados voltou para a roça e procurou outra atividade, pois contar com a renda da cooperativa ainda não é viável. “Não é algo que seja fixo, se esperarmos somente pelo dinheiro da venda dos materiais, morremos de fome. Se todos os bairros participassem da coleta, seria diferente, pois geraria um volume de produtos reciclados bem maior e, consequentemente, mais empregos”.
Para a catadora, ainda falta conscientização, por parte da população, quanto a separação dos materiais. “Muitos tem bom senso, e já sabem como proceder, mas outros ainda não sabem e misturam algumas coisas, acho que falta orientação”, coloca.
Assim que foi iniciado, há seis meses, o projeto promoveu inicialmente a conscientização diretamente nas casas. “As agentes de saúde, quando passavam nas casas, iam informando sobre o projeto e dando algumas orientações. Além disso, foram realizadas reuniões para conscientizar todas as famílias”, relembra o presidente da Fundai e secretário de Planejamento, Eduardo Rocha.
Segundo ele, a Fundai está apenas aguardando a situação financeira da Prefeitura melhorar para abrir licitação para empresa de transporte. “Até março essa situação deve estar regularizada, e então contrataremos um caminhão para fazer o transporte. Além disso, verificaremos a possibilidade da coleta passar em todos os bairros”, garante.
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