O amparo está garantido por lei, entretanto, o direito de uso do nome social nos documentos oficiais por parte de transexuais ainda é algo desconhecido por inúmeras pessoas. Este não é o caso de Sandra Luiza Martins Claudino, de 44 anos, moradora de Içara. Ela foi atrás de seus direitos, os novos documentos já estão começando a vir e agora a luta é para que mais transexuais tenham a garantia reconhecida.
“Infelizmente, a questão do documento social ainda não é algo comum em Içara e também não é em Criciúma ou em outros municípios da região. Isso acontece muito pela questão de desconhecimento que as pessoas têm referente a este assunto e é importante que as pessoas saibam e busque este direito, até porque é algo que muitas vezes reduz aquela questão de constrangimento”, afirma a cuidadora de idosos.
Ela enfatiza que, embora o processo seja lento, em seu caso não houve a necessidade de recorrer a advogados, já que estava amparada pela lei. “O primeiro documento que consegui com o nome social foi o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde), há cerca de três anos. Foi um grande momento, uma grande conquista. Depois vieram outros documentos, como o CPF (Cadastro de Pessoa Física) e RG (carteira de identidade)”, detalha.
Mais recentemente, a conquista aconteceu na conta de energia elétrica. “Fui na Cooperaliança (empresa responsável pela distribuição) e as atendentes até desconheciam esta situação. Mas expliquei toda a situação, elas compreenderam, foram atrás da informação, e agora tenho o meu nome social também na conta de energia. Isso é algo muito importante”, entende Sandra.
O próximo passo, de acordo com ela, é buscar a inclusão do nome social no título de eleitor. “A gente passa por constrangimento, porque no meu caso chamam pelo nome de nascimento (masculino), mas quando olham para mim ficam estranhando, ficam conversando, há sempre dificuldades. Por isso que o próximo passo é buscar o nome social no título eleitoral também”, finaliza.
Especial Jornal Gazeta