Em setembro, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) confirmou um caso de raiva bovina no município de Meleiro. Em junho deste ano também foi detectado um caso em Jacinto Machado. A identificação de focos de raiva é um chamado à ação, ressaltando a importância do monitoramento contínuo e das medidas preventivas.
A responsável pela Diretoria de Defesa Agropecuária (Didag) da Cidasc, Débora Reis Trindade de Andrade, explicou que a raiva bovina é uma zoonose viral que se espalha principalmente por meio da mordida de morcegos hematófagos (se alimentam exclusivamente de sangue), especificamente o Desmodus rotundus. A transmissão ocorre quando o morcego infectado morde o bovino para se alimentar de seu sangue, transmitindo o vírus presente na saliva do animal.
“A transmissão da doença em bovinos ocorre por meio do morcego hematófago; o doente possui o vírus da raiva na sua saliva e, ao morder o bovino, infecta-o e, consequentemente, o bovino fica doente”, explica Débora. O contato da saliva contaminada com a ferida na pele do animal é o caminho pelo qual a infecção se instala.
Para evitar a propagação da raiva, a Cidasc orienta os pecuaristas a seguir rigorosamente o protocolo de vacinação. “O animal que nunca foi vacinado contra raiva, ou não recebeu o reforço semestral/anual, deve receber a 1ª dose; fazer a 2ª dose 30 dias após a primeira, e doses de reforço a cada 6 meses”, afirmou a especialista.
Em regiões onde não há registros de raiva há pelo menos dois anos, as doses de reforço podem ser administradas anualmente. Contudo, se um animal vacinado não tiver recebido a dose de reforço há mais de 180 dias e um foco de raiva for detectado na região, a revacinação é imprescindível, com manutenção das doses de reforço a cada seis meses.
Notificação e sintomas
A Cidasc destaca a importância da notificação imediata de casos suspeitos. “Os pecuaristas devem notificar a Cidasc quando observarem que os animais possuem mordida de morcego hematófago. É possível observar uma ferida com ‘sangue vivo escorrido’ na região do pescoço”, orienta Débora. Essa vigilância é fundamental, pois a rapidez na notificação pode fazer a diferença na contenção da doença.
Além das mordidas, a observação de sintomas de raiva é crítica. Se os animais apresentarem sinais como dificuldade de se mover ou comportamento anormal, é vital comunicar a Cidasc. “Caso observem animais com sintomas de raiva, como dificuldade de engolir, excesso de salivação, dificuldade de caminhar, é crucial que a Cidasc seja notificada o quanto antes, assim que forem observados os sintomas”, enfatiza.
Colaboração: Jornal Tribuna de Notícias / Edson Padoin