Por Alexandra Cavaler
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), divulgou, na última semana, o relatório de balneabilidade com as informações referentes à semana de 06 a 10 de janeiro de 2025. De acordo com as amostras coletadas nos 238 pontos monitorados pelo Instituto no litoral catarinense, 157 estão próprios para banho, o que representa 65,97%. Todas as informações, comparativos e considerações técnicas constam no relatório que pode ser conferido na íntegra no site do IMA, no qual as informações são atualizadas automaticamente. O monitoramento acontece entre os meses de outubro até março com divulgação semanal. Já entre os meses de abril e setembro, a pesquisa e a divulgação são mensais.
No litoral da Região Carbonífera e do Extremo Sul, quatro cidades apresentam seis pontos impróprios: Em Balneário Rincão dois dos oito locais fiscalizados apresentam problemas: lagoa dos Freitas (próximo ao guarda-vidas) e praia do Rincão (Arroio da Praia do Rincão). Também em Arroio do Silva são dois pontos, dos quatro monitorados: praia do Arroio do Silva (100m ao sul do arroio e na Foz do arroio). Já em Passo de Torres e Balneário Gaivota, um ponto em casa cidade foi observado: Braço Morto do rio Mampituba (próximo à ponte) e Arroio da praia das Gaivotas (na foz do riacho, no mar), respectivamente.
Municípios realizam ações
Em Balneário Rincão, de acordo com Paulo Amboni, Engenheiro Ambiental, os locais são historicamente impróprios e a prefeitura realiza fiscalização periodicamente. Já em Arroio do Silva, os locais levantados no relatório do IMA foram verificados na última semana. “No ano passado já havíamos realizado uma ação de fechamentos de ligações clandestinas de esgoto. Na última semana, como verificamos essa situação novamente, vamos realizar outra ação juntamente da secretaria de saúde e secretaria de obras. Cabe ainda alertar a população para que evite tomar banho nos locais impróprios em período de 48 horas após chuvas volumosas que podem carregar materiais que fazem mal à saúde humana. E com relação a possíveis ligações clandestinas de esgotos, já estamos analisado a melhor ação a ser tomada. Também vale salientar que os estabelecimentos comerciais que apresentam estações de tratamento de esgoto, apresentam relatórios bimestrais de monitoramento junto à secretaria de saúde”, explicou Agda Felisberto, diretora do departamento de meio ambiente.
A Secretaria de Meio Ambiente de Balneário Gaivota também mobilizou a equipe para a limpeza em toda a extensão do córrego. “Também fizemos teste da qualidade e deu impróprio novamente, por isso estamos contratando uma empresa responsável para entrar nas casas, ao longo do curso, para verificar se os moradores estão jogando esgoto no córrego, ou seja, uma força tarefa da secretaria de obras, secretaria meio ambiente e vigilância sanitária”, revelou o gesto da Pasta de Meio Ambiente, Marcelo Aguiar Alves, acrescentando que o município fez um projeto para mudar o curso do córrego para o meio da rua para o qual estão na dependência de recursos do Estado.
“Também foram confeccionadas placas as quais serão colocadas para isolar o local evitando que os banhistas façam uso do mesmo. Lembrando que temos apenas um local impróprio para banho numa orla de 23 km”, concluiu Alves.
Lagoa dos Esteves
Ainda segundo o relatório, na Lagoa dos Esteves o ponto próximo ao trapiche está próprio no quesito balneabilidade referente à presença de contaminação fecal. No entanto, conforme imagens recebidas pela equipe do IMA e posterior avaliação in loco, toda a lagoa apresenta floração de algas, fator que pode comprometer a qualidade da água, conforme estipulado na Resolução CONAMA nº 274/2000, a saber:
– Art. 2º As águas doces, salobras e salinas destinadas à balneabilidade (recreação de contato primário) terão sua condição avaliada nas categorias própria e imprópria. §4° As águas serão consideradas impróprias quando no trecho avaliado, for verificada uma das seguintes ocorrências: f) floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde humana.
“Portanto, recomenda-se que evitem o contato com a água da lagoa até que uma avaliação mais detalhada seja realizada, por meio do monitoramento que está em andamento em outros quatro pontos”, diz o relatório.
Colaboração: jornal Tribuna de Notícias
Foto: Nilton Alves