segunda-feira, 13 outubro, 2025
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Projeto de lei pode acabar com uso de canudos plásticos em Içara

Um tema levantado na Câmara Municipal de Içara promete suscitar muitas discussões. O vereador Lauro Nogueira apresentou um projeto de lei que visa proibir no município a distribuição e venda de canudos de plástico sem aditivo biodegradável. O assunto poderia passar pelo Legislativo sem muita dificuldade, não fosse o fato de o setor plástico, sobretudo de descartáveis, ser justamente um dos principais na indústria içarense.

A proposta foi encaminhada para a Câmara no dia 1º de março e tramita nas Comissões Permanentes da Casa. De acordo com o texto, a proibição visa diminuir os impactos ao meio ambiente e o uso do petróleo (bem não-renovável), que é utilizado para a produção do material.

Além disso, existe a preocupação com a poluição dos mares e da ingestão de canudos por parte das espécies marinhas. “Um ponto a se observar é que a lei traz a opção de os estabelecimentos comercializarem canudos plásticos que na sua composição tenham aditivos biodegradantes, podendo biodegradar os canudos em até três anos, enquanto os canudos comuns demoram de cem anos até mil anos para serem degradados”, justifica Nogueira. De acordo com o vereador, o preço dos canudos biodegradáveis é o dobro dos já utilizados.

“E não adianta usar o canudinho plástico, jogar na lixeira e achar que está tudo bem. Mesmo se descartado corretamente e levado para aterros sanitários, o canudinho pode escapar pela ação do vento e ser carregado pela chuva para mares e rios”, argumenta o parlamentar. Nogueira aponta também que os canudos de papel são ainda mais caros e, produzidos na China, podem impactar negativamente na geração de empregos no Brasil. Caso a lei seja aprovada, estabelecimentos como supermercados, restaurantes, bares, lanchonetes, quiosques, órgãos públicos e ambulantes serão proibidos de comercializar ou mesmo oferecer o canudo comum a seus clientes.

Setor produtivo se coloca contrário à proposta

Em Içara, a produção de descartáveis plásticos representa uma parcela significativa da economia do município, na geração de emprego e renda e na arrecadação com impostos. As empresas do ramo representam uma das maiores produtoras de descartáveis plásticos do país e já se colocaram contrárias à proposta.

“Primeiramente o setor produtivo manifesta posicionamento divergente à proposição da matéria de autoria do vereador Lauro Nogueira, que versa simplesmente no sentido de permitir apenas canudos biodegradáveis em Içara”, diz o secretário executivo do Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc), Elias Caetano.

 

Especial Jornal Gazeta

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